Ana Maria Salvagni nasceu
em Taquaritinga (SP), no dia 16 de dezembro de 1969. Cresceu
na fazenda, por baixo dos flamboyants e paineiras,
água, terra, ar puro e, às vezes, fogo no
canavial. Sua mãe, de voz forte e bonita, é
uma cantora que nasceu pronta, embora tenha sido mesmo professora;
o pai,fazendeiro,
também tocava piano, sanfona e fazia músicas;
tinha um avô seresteiro e uma avó que tocava
maxixes e valsas de Ernesto Nazareth. Estes e outros sons
retratam sua primeira e grande referência musical.
Dos saraus em sua casa, na época em que era menina,
trouxe consigo a simplicidade e a riqueza das canções
antigas e da tradição oral.
Concluiu o curso de piano pela Escola Técnica
de Artes Santa Cecília, Taquaritinga, em 1987. Em Campinas,
complementou seus estudos no Conservatório Carlos Gomes
em 1988 e ingressou, em 1989, no curso de Regência da
UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas, formando-se
em 1994. |
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Neste mesmo ano, iniciou o estudo de canto
com Maurício Martinazzo e começou verdadeiramente
a cantar. Passou a participar dos espetáculos do Duo
Bem Temperado, junto ao violinista, rabequeiro e compositor
José Eduardo Gramani, e à cravista Patrícia
Gatti. Quando as participações tornaram-se intensas, o Duo transformou-se no Trio
Bem Temperado. A sonoridade surpreendente, gerada pelo
virtuosismo dos músicos e pela mistura do som rústico
da rabeca com o refinamento do cravo, era ainda valorizada
pelas composições brejeiras de Gramani, que
também fazia os arranjos para as canções.
Sua estréia aconteceu no teatro Paiol,
em Curitiba (PR), em 1994. Em seguida, realizou sua primeira
gravação: a participação no CD
Trilhas (independente), que recebeu duas indicações
para o prêmio Sharp 1994. |
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Em 1996 participou do espetáculo “Fauvel,
a Carreira de um Asno”, sobre texto medieval
adaptado por Fernando Carvalhaes, ao lado de artistas como
Ivan Vilela, Zé Esmerindo e Diane Ichimaru. |
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Em 1997, com José Eduardo Gramani,
formou o Duo Anagrama, de voz
e rabecas, sobre repertórios da tradição
oral brasileira e da renascença européia. |
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Em 1998, com Paulo Freire, estreou o show
Viola e Voz, que, ainda hoje,
é apresentado em diversas cidades brasileiras. |
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Em 1999 lançou seu primeiro CD - “Ana
Salvagni” |
(independente), resultado
do trabalho de viola e voz. O CD tem produção
e direção musical sua e de Paulo Freire,
que também foi responsável pelos arranjos.
O CD traz um repertório de domínio público
e de canções populares tradicionais. Cantos
de trabalho, modinhas e outros ritmos regionais são
combinados com composições de músicos
da vanguarda paulistana: Luiz Tatit, José Miguel
Wisnik, Ricardo Breim e André Abujamra. Em 2000 apresenta em espaços
culturais de Campinas o show Canção
Brasileira, com o violeiro Paulo Freire
e o violonista Zé Esmerindo.
Em 2003 apresenta o show Cantadeira,
com Zé Esmerindo e Dalga Larrondo (percussão),
em temporada na Estação Santa Fé, em
Campinas. Com este novo repertório, começa a
conceber seu segundo CD. |
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Em 2005 lançou o CD “Avarandado”
(independente), em que assume também a produção
e a direção musical. No repertório, canções,
valsas e sambas compostos entre 1930 e 1970, de compositores
como Hekel Tavares, Dilu Melo, Caetano Veloso, Elomar e Dorival
Caymmi. Além das cantigas de tradição
oral, traz também músicas de Paulo Freire, Levi
Ramiro, J. E. Gramani e Ricardo Matsuda. Com arranjos de Edmilson
Capelupi, Paulo Freire, Ricardo Matsuda, Swami Jr, Toninho
Ferragutti e Zé Esmerindo, consegue traduzir, com este
trabalho, a simplicidade e o lirismo de uma ampla e gostosa
varanda.
A partir de 2005, passa a se apresentar com
Edmilson Capelupi (violão de sete cordas), Daniel Allain
(flauta) e Marcelo Costa (percussão), no show Avarandado. |
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Ministrou a Oficina
da Voz em Florianópolis, dentro da Mostra SESC
de Música, nas edições 2005 e 2006. |
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Em 2006, estréia o show Brincadeira
de Viola, sobre repertório de canções
folclóricas infantis, registrado no CD homônimo
de Paulo Freire, lançado em 2003. |
No mesmo ano, foi professora de música
na Escola Waldorf Veredas, em Campinas. |
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Em junho de 2006, lançou
livro de poesias "Janela sem Tranca",
pela editora Komedi, com prefácio escrito por Chico
César.
Em 2007 trabalha na Oficina
Contos e Cantos, pela PREAC – Pró-Reitoria
de Extensão e Assuntos Comunitários –
UNICAMP, junto à contadora de histórias Malu
Neves. |
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Em 2009 lança o CD “Alma
Cabocla”, sobre a obra do compositor Hekel Tavares
(1896-1969), com direção musical de Edson Alves.
O CD é fruto de um projeto contemplado pelo Programa
Cultural Petrobras. |
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Aos 13 anos, ingressou no Coral Municipal
de Taquaritinga e, no momento em que tomou contato com o trabalho
da regente Cecília Tucci, de Jaboticabal (SP), conheceu
o desejo e a vocação de ser uma regente coral. |
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Em Campinas, cursou Regência na UNICAMP
entre 1989 e 1994, tendo como professores Helena Starzinsky
e Henrique Gregori. |
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Entre 1990 e 1996 freqüentou cursos
de férias em Londrina e Curitiba (PR), tendo aulas
de regência, prática de coral e técnica
vocal, com professores como Elza Lakschevitz, Marcos Leite,
Roberto de Regina e Mara Campos. |
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Em 1989 foi regente do Coral Municipal de
Taquaritinga (SP). Entre 1992 e 1995 regeu o Madrigal Boca
a Boca, de Campinas (SP). Em 1995 foi regente convidada do
Madrigal Cantabilis, de Jundiaí (SP), e durante onze
anos esteve à frente do Coral Da Boca Pra Fora, em
Campinas. |
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Atualmente, rege o Coral Municipal Em Canto
de Morungaba (SP), onde atua desde 1995, e o Coral Açucena
- grupo feminino formado em 2008, em Barão Geraldo
- Campinas.
Foi auxiliar de pesquisa no projeto “Rabeca,
o Som Inesperado”, em 1996, proposto por José
Eduardo Gramani e financiado pela FAPESP (Fundação
de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).
Durante as pesquisas de campo, teve contato com músicos
e artesãos da Ilha de Valadares (Paranaguá-PR),
Morretes (PR), Iguape (SP) e Marechal Deodoro (AL), conhecendo
de perto um pouco da música e da cultura popular dessas
localidades. |
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Por conta da pesquisa, foi consultora
no livro “Rabeca, o Som Inesperado”,
organizado por Daniella Gramani e lançado em 2002. É casada com o músico Paulo
Freire, com quem tem os filhos Laura, nascida em 1999, e Augusto,
nascido em 2001.
Eu canto aqui um pouco da belíssima obra
do compositor alagoano Hekel Tavares (1896-1969), principalmente
as composições do final da década de 1920 e
início da década de 30, em linguagem predominantemente
popular, diferente de sua fase posterior, erudita. Conheci cerca
de 70 músicas do seu repertório, através de
partituras e antigas gravações. Entre a escolha do
repertório e o CD já pronto, foi um longo trilhar,
mas a caminhada foi boa, ao lado de todos os maravilhosos artistas
que vieram comigo. Com a satisfação de quem fez uma
grande descoberta, divido com vocês este tesouro - poesia,
simplicidade, inspiração. Que a música de Hekel
Tavares aqueça e cale fundo em vossas almas caboclas.
Ana
Salvagni |
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