terça-feira, 23 de julho de 2019

OSWALDO MONTENEGRO - DISCOGRAFIA PARTE I




Nascido no bairro do Grajaú, Oswaldo é um caso excepcional de precocidade musical. Sem nunca ter estudado música regularmente, começou desde a tenra infância a ser influenciado por ela. Primeiro, na casa de seus pais no Rio de Janeiro: sua mãe e os pais dela tocavam piano, seu pai tocava violão e cantava.
A segunda influência foi mais forte. Aos oito anos, mudou-se, com os pais, para São João del-Rei, cidade mineira poética e boêmia, onde as serestas aconteciam todas as noites e as pessoas juntavam os amigos em casa para passar as noites tocando e cantando. Ao mesmo tempo, Oswaldo foi atraído para a música barroca das igrejas. Nesta época, teve aulas de violão com um dos seresteiros da cidade e compôs sua primeira canção, Lenheiro, nome do rio que banha São João del-Rei. Venceu um festival de música com apenas 13 anos, no Rio de Janeiro, onde voltou a morar.
A decisão de se tornar um músico profissional veio com a mudança para Brasília, em 1971. Na capital federal, começou a ter contato com festivais e grupos de teatro e de dança estudantis. Fez seus primeiros shows e aos 17 anos a decisão de viver da música se tornou definitiva. Mudou-se novamente para o Rio, mas já havia adotado Brasília como a terra de seu coração e tema constante de sua obra. Também seus parceiros preferidos foram amigos que fez ali, como José Alexandre, Mongol e Madalena Salles, entre outros.
Foi ainda em Brasília que tomou contato com a música erudita nos concertos do Teatro Nacional. Não só assiste aos concertos com seus amigos músicos, entre eles o maestro Otávio Maul e a família Prista Tavares, mas entra pelas madrugadas conversando sobre técnica e teoria musicais. Autodidata, devora livros sobre história da música.
A partir daí, morando no Rio mas com os olhos e o coração postos em Brasília, sua carreira deslancha. Tem música classificada no último Festival da Canção da Rede Globo, o primeiro de repercussão nacional de que participa (1972), escreve e encena seu primeiro musical (1974-1975), lança três discos em três anos (1975-8) e vence festival na TV Tupi com seu primeiro megassucesso, Bandolins (1979).
Em 1980, participa em, e vence, o Festival MPB 80 da Rede Globo de Televisão com a canção Agonia, do amigo de infância Mongol. Mesmo com tanto sucesso, decide retornar a Brasília para montar em 1982, outro espetáculo musical, Veja Você, Brasília, com artistas locais. Deste espetáculo participam as ainda desconhecidas Cássia Eller e Zélia Duncan. Depois desta, viriam outras peças de teatro musical, uma particularidade bem marcante na trajetória de um músico brasileiro e que resgata uma maneira de divulgar música abandonada na primeira metade do século 20. São mais de 14 peças musicais, todas recorde de público e algumas, como "Noturno", "A Dança dos Signos" e "Aldeia dos Ventos", estão em cartaz há mais de 15 anos e com montagens por todo o país.
Em 1985, participa do Festival dos Festivais, também pela Rede Globo, com a música O Condor, com acompanhamento de um coro de 25 cantores negros. Não para de gravar discos. Até 2006, são 34. Composições suas são interpretadas por Ney Matogrosso, Sandra de Sá, Paulinho Moska, Zé Ramalho, Alceu Valença, Zizi Possi, Zélia Duncan, Jorge Vercilo, Altemar Dutra, Gonzaguinha, Sivuca, Tânia Maya, entre outros. Até a atriz Glória Pires cantou em participação especial de um disco seu (1985).
Em 1994, Oswaldo lança seu primeiro livro — O Vale Encantado — um livro infantil, no mesmo ano indicado pelo MEC, através da Universidade de Brasília, para ser adotado nas escolas de 1º grau. Em 1997, adapta o livro para vídeo.
Em 1995 lança o cd "Aos Filhos do Hippies" com participação de Carlos Vereza e Geraldo Azevedo.
Em 1997, Oswaldo reencontra Roberto Menescal. Durante a conversa, surge o tema "letras de músicas da MPB que são verdadeiros poemas". Daí vem à ideia do CD "Letras Brasileiras". Menescal produz o CD, que é lançado no mesmo ano, e participa da tournée do show. Ainda em 97 grava e lança o vídeo "O Vale Encantado", que conta no elenco com a participação de Zico, Roberto Menescal, Fafy Siqueira, Luísa Parente, Tânia Maya e Madalena Salles. É lançado, também, o CD do mesmo nome. Lança, também, nesse mesmo ano, o CD do espetáculo "Noturno", pela Tai Consultoria em Talentos Humanos e Qualidade.
Em 1998 recebe o título de cidadão honorário de Brasília, concedido pela Câmara Legislativa do DF. Nesse mesmo ano, Oswaldo volta às montagens teatrais. Monta novamente "Léo e Bia", numa versão mais madura e coerente com a postura que ele tem, atualmente, daquela história. Grava o CD homônimo, também com Menescal. Monta, ainda, com elenco de Brasília, a 2ª versão de "A Aldeia dos Ventos".
Em 1999, apresenta três espetáculos, no Teatro de Arena, no Rio de Janeiro: "Léo e Bia", "A Dança dos Signos" e o inédito "A Lista" com a participação da atriz Bárbara Borges e do cantor Rafael Greyck, lançando, nessa temporada, os CDs dos 2 últimos.
Em 2000, comemora os 20 anos de carreira com o show "Vinte Anos de Histórias" e com os CDs "Letras Brasileiras ao Vivo" e "Escondido no Tempo". Dedica-se, também, à série "Só Pra Colecionadores", de CDs independentes, de tiragem limitadíssima, vendidos apenas via internet. Neste ano seus fãs criam seu primeiro fã-clube virtual, o OMOL (Oswaldo Montenegro online), onde admiradores de seu trabalho, através de um site na internet e posteriormente no ORKUT, se reúnem para conversar e interagir sobre sua obra e sobre a obra de artistas que com ele trabalharam. Em Florianópolis monta o musical Lendas da Ilha com mais 50 artistas locais entre eles Paulinho Dias e Cleiton Profeta do Circus Musicalis.
Em 2001 monta em SP a peça “A Lista” com a participação de Bruna di Tullio e Mayara Magri no elenco.
Em 2002 lança o CD “Estrada Nova”, cuja turnê bate recorde de público. Neste cd são gravadas novas músicas em parceria com Mongol.
Em 2003 regrava a uma nova trilha de “A Aldeia dos Ventos”.
Em 2004 lança o CD “Letras Brasileiras 2”, em parceria com Roberto Menescal, além do programa “Tipos”, no Canal Brasil, no qual retrata com músicas, textos e desenho animado, tipos humanos como a bailarina gorda, o chato, etc...
Em 2005 lança CD e DVD “Oswaldo Montenegro - 25 Anos de História”, que alcançam, ambos, a marca das 100 mil cópias.
Em 2006 lança, no Canal Brasil, em parceira com Roberto Menescal, o programa "Letras Brasileiras", apresentado por ambos. O programa foi inspirado no CD e no show que Oswaldo e Menescal apresentaram em 1997 por todo o país. Monta no Rio de Janeiro a peça "Tipos" e remonta Aldeia dos Ventos, com participação da atriz Camila Rodrigues, com a "Cia Aqui entre nós".
Em 2007, lança o CD e DVD "A Partir de Agora", gravando músicas inéditas com convidados como Alceu Valença, Zé Ramalho, Diogo Guanabara e Mariana Rios. Na TV, inicia a segunda temporada do programa "Letras Brasileiras" ao lado de Roberto Menescal no Canal Brasil. No teatro, em parceria com o irmão Deto Montenegro, monta o espetáculo "Tipos" junto com a Oficina dos Menestréis de São Paulo.
Em 2008 lança, pela gravadora Som Livre, um novo DVD e CD chamado "Intimidade". Estes trazem 16 canções bastantes conhecidas com um novo arranjo elaborado pelo próprio Montenegro, por Sérgio Chiavazzoli e por Alexandre Meu Rei. Destaque para "Lume de Estrelas" que foi apenas gravada no disco "Asa de Luz" em 1981. Na TV, inicia a terceira temporada do programa "Letras Brasileiras", que apresenta com Roberto Menescal no Canal Brasil. No teatro, monta no Rio de Janeiro o espetáculo "Eu não moro, comemoro", com participação de Caio Ruas Miranda e Emílio Dantas e o "Projeto Canjas", onde abre espaço para jovens talentos se apresentarem ao lado de artistas consagrados. No fim do ano, tem alguns de seus maiores sucessos lançados em uma coletânea de 3 cds (3 BOX) pela Warner Music.
Em 2009 se dedica a formação de um grupo para montagens de musicais reunindo cantores, músicos, atores e atrizes como Verônica Bonfim, Léo Pinheiro, Rodrigo Sestrem, Emílio Dantas, Cibelle Hespanhol, Luísa Pitta, Renato Luciano, Larissa Landim e Shirlene Paixão, e estreia o musical "Filhos do Brasil" no Teatro do Jockey (RJ). Grava em São Paulo seu terceiro DVD: "Quebra Cabeça elétrico", lançado em outubro.
Em 2010 estreia no Festival de Recife seu longa-metragem "Léo e Bia" e lança o cd "Canções de Amor".
Em 2011 lança "De Passagem", um disco apenas com músicas inéditas, que é sucesso de críticas.
Em 2012 lança o CD/DVD "Oswaldo Montenegro e CIA Mulungo", com a trilha sonora do espetáculo teatral "Filhos do Brasil". Também em 2012, a gravadora Warner Music publica um DVD intitulado "Ensaio" gravado em 1992, juntamente com Sérgio Chiavazzoli.
Lança em 2013 um programa no Youtube denominado "Canção Nua" onde apresenta suas canções conforme foram compostas: voz e violão. Também no mesmo ano apresenta seu segundo filme, um longa metragem intitulado "Solidões", assim como a trilha sonora do mesmo que é comercializado pelo Itunes.
Em 2014 estreia em Natal (RN) sua turnê 3x4, além da gravação de um DVD na casa de Madalena Salles sob o título da turnê.
No dia 4 de janeiro de 2016 estreia "Nossas Histórias": websérie em que Madalena Salles conta casos de sua parceria de mais de 40 anos com Oswaldo Montenegro. No mês de março do mesmo ano, Oswaldo Montenegro lança em seu canal oficial do YouTube seu novo filme: "O Perfume da Memória". A trilha sonora do filme vence o prêmio de Melhor Música no Festival Internacional de Toronto.

TRILHAS - 1977

Trilhas se trata de um disco raríssimo de Oswaldo Montenegro, lançado em 1977 de forma independente e prensado pela Tapecar, é também o primeiro álbum da carreira do artista, além disso, apenas 300 cópias do álbum foram feitas, se tratando de uma absoluta raridade musical. Com sonoridade chegada ao folk psicodélico, participam do álbum dos seguintes músicos: Oswaldo Montenegro (Violão, Piano e Voz), Mongol (Violão, Percussão e Voz), Madalena Salles (Flauta, Piano e Voz), Ênio (Contrabaixo) e Amadeu Salles (Clarineta). Por se tratar de um álbum obscuro na carreira de Oswaldo Montenegro, com uma característica underground e totalmente anticomercial, ele se justificou o porquê de ser uma obra um tanto quanto vedada na sua carreira. Segue o texto, palavras do próprio Oswaldo Montenegro.(João Pedro de Sousa)

 "Trilhas é um álbum que não podemos considerar exatamente como lançamento comercial. Tínhamos apenas 20 anos e apresentávamos uma peça no Teatro da Aliança Francesa (Salle Louis Jouvet), no bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro. Em 15 de setembro de 1977 , Frank Just Acker, que era o técnico de som da peça, colocou um enorme gravador de várias faixas e justificou sua execução. Ficamos a noite toda tocando: eu, Madá, Amadeu Salles no clarineta, Alan no baixo acústico e Mongol no violão de náilon acústico O disco não tinha nem mistura, foi gravado diretamente (ao vivo, sem faixas saltando).Apenas 300 cópias foram feitas e vendidas durante a peça musical que estávamos apresentando Infelizmente, a fita master não existe e o disco.O poema “Metade” pertence ao Trilhas, poema que depois gravei no álbum “Ao Vivo”.

Esse disco copiei ele direto do you tube e dividi em trilhas individuais.
Como foi ripado de vinil tem alguns chiados mas tentei o máximo em deixar o áudio o melhor possível em 320 kbps.

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POETA MALDITO ... MOLEQUE VADIO  1979

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OSWALDO MONTENEGRO - 1980
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ASA DE LUZ - 1981
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DANÇA DOS SIGNOS - 1982

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quarta-feira, 17 de julho de 2019

ROBERTO BACH - TERRA

Meus caros.
Acabei de receber o encantador disco de Roberto Bach "Terra" que estava a procura por um bom tempo.
Trata se de uma obra prima inigualável de pura poesia e trovadorismo.
È um disco que não pode deixar de ter como os demais de sua discografia.
Para quem quiser adquirir os originais esta abaixo o link da loja Baratos Afins em SP.
http://baratosafinsloja.com.br/roberto-bach-terra-cd-pac-bra.html

 O disco
Ouvindo suas 10 faixas, mais um bônus, as canções são andanças pelo universo glauberiano: ora são referências sentimentais da infância, ora se referem à atuação do artista que via na arte um instrumento de transformação sócio-cultural, ora o poeta louco, delirante, que misturava neorealismo com nouvelle vague, numa estética hiperrealista. Seus personagens vagueiam por um sertão atemporal, sem rumo, como sobreviventes de um cataclisma apocalíptico: seres renegados, sem terra, sem educação, verdadeiros parias em sua própria pátria. Existe, assim, uma ponte nem tão imaginária entre massacre de Canudos e o universo glauberiano, como se esse último fosse o limbo onde as sofridas almas dos protegidos do Conselheiros que vagueavam dispersas pelos muitos sertões, finalmente encontrassem incerto e precário pouso. Roberto Bach ouviu suas vozes e traduziu seus dramas, transformando em música que ora nos encanta com uma dolência quase inocente ora nos fere com a aspereza de estocadas impiedosas de punhais, violentas explosões onde se sente o cheiro de pólvora e pela Terra respinga sangue. Uma característica dessa nova fase do compositor é a incursão por novos estilos, como “cirandas” e “reisados”, elementos fundamentais do universo sertanejo. Como num exercício de prestidigitação, somos transportados no tempo: os cinco séculos, desde o Descobrimento (que o paraguaio Roa Bastos chama de “Encobrimento”, em seu livro A Vigilia do Almirante), que contemplam o interminável drama sertanejo. Entra governo sai governo muda regime político e o sertão ainda é o mesmo. Nalgum ponto acima eu disse que Roberto Bach é um goliardo nascido na época errada. Ou talvez não.Talvez tenha nascido exatamente na época em que seu espírito rebelde e provocador, que nega veementemente fazer média com as hipocrisias reinantes nessa época confusa, e que –exatamente em tempos como esses, seja o profeta a brandir versos e acordes denunciadoras. E por isso é amaldiçoado. Seu disco está pronto, é uma obra prima, assim como seus trabalhos anteriores, porém é escandalosamente ignorado por todas as mídias. Obras clássicas que são, de inegável valor artístico e cultural, um dia será reconhecida, aplaudida, quiçá estudada, esmiuçada. Por ora Roberto Bach procura parcerias para lançar seu trabalho.
(*texto sem autor extraído da pagina da loja Baratos Afins)

SERVIÇO: em São Paulo, o CD estará à venda na loja BARATOS AFINS, uma referência há décadas da produção independente da Musica Popular Brasileira.Atualmente lá pode ser encontrado "A Colina dos Cavalos Fortes", obra que encerra a trilogia medieval (ou renascentista).

Se vc gostou adquira o original valorize a obra do artista.
Download (ripado em 320kbps)
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segunda-feira, 8 de julho de 2019

ROBERTO BACH - TRILOGIA (REPOST A PEDIDOS)



“Uma viagem ao trovadorismo da França medieval.” Assim o músico Roberto Bach resume sua linha de trabalho. Menestrel que vive em Vitória da Conquista, na Bahia.
 “Esta postagem é uma trilogia iniciada em 2000, com o disco "Oliveira", seguido de "A colina dos cavalos fortes" e " Pequeno concerto campestre" que seguem a linha do trovadorismo, de inspiração medieval e de cantores renascentistas”, explica Bach.
Roberto Bach que é pintor naif, faz as ilustrações de seus discos e faz algumas exposições de seu trabalho.
Com formação erudita, Bach faz uma espécie de ponte entre e Idade Média e Nordeste do Brasil. Por isso, seu trabalho é visto como integrante do Movimento Armorial, criado pelo escritor Ariano Suassuna nos anos 70, que unia as tradições das artes populares e suas raízes medievais. Roberto Bach trabalhou com Egildo Vieira, flautista do Quinteto Armorial, e dividiu o palco com músicos como Elomar, Chico César, Sergio Sampaio entre outros. Além dos três álbuns da trilogia, gravou um quarto CD, Os Sertões, um disco de músicas regionais feito sob encomenda e mais recente o disco "Terra". Seu trabalho recebeu elogios de escritores como o crítico José Ramos Tinhorão e o jornalista Assis Ângelo, além do guitarrista Jimmy Page quando se apresentou em Lençóis (BA).

Se vc gostar adquira os discos originais vamos valorizar a obra do artista.

OLIVEIRA
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A COLINA DOS CAVALOS FORTES
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PEQUENO CONCERTO CAMPESTRE
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