terça-feira, 31 de maio de 2016

RICARDO VIGNINI - NA ZOADA DO ARAME

Na Zoada do Arame é o primeiro CD instrumental do violeiro e guitarrista Ricardo Vignini, membro do grupo Matuto Moderno a 11 anos e contribui para o trabalho de diversos artistas.
Das 11 faixas 6 são autorais, 3 são parcerias com os músicos Índio Cachoeira, Woody Mann e Adriano Grineberg e apenas uma é de autoria de Fortaleza. Em todas as músicas Vignini toca ou sozinho ou com apenas um convidado.
Com uma forte influência do blues devido a vivencia de Vignini com o gênero e a contribuição do gaitista Jefferson Gonçalves, o guitarrista Woody Mann e do pianista Adriano Grineberg. A música caipira raiz também está presente na faixa Proseando em parceria com o Índio Cachoeira e na polca paraguaia com o harpista Rogério Temporini dois instrumentos presentes também dão uma pitada de sonoridade indiana que é o violão slide e uma viola que foi feita sob encomenda chamada cabacítara construída pelo violeiro e luthier Levi Ramiro.
Lançado pelo selo Folguedo, do próprio Vignini que a 7 anos vem produzindo trabalhos de música raiz caipira e conta com a distribuição da Tratore.

Faixa a Faixa por Ricardo Vignini
1) Capuxeta (R. Vignini cebolão em D (DAF#DA) – viola dinâmica Del Vecchio, cavaquinho Malagoli e violão slide Gianninni.
Toco essa música a muitos anos, Capuxeta é uma pipa feita de jornal muito comum na minha infância, quando pra se divertir a criança não precisava de computadores, etc. Se escreve “Capucheta” Mais como diria o Chuck Berry, foi eu que fiz a música e escrevo do jeito que eu quiser, rsrsrs
2) Alvorada (R. Vignini) cebolão em D viola caipira Saraiva e violão slide Gianninni , participação Zé Helder, viola caipira.
É quase uma valsa, contei com a ajuda do violeiro e parceiro Zé Helder para dar um toque mineiro na harmonização.
3) Na Zoada do Arame ( R. Vignini) cebolão em F (FCAFC) viola dinânica Del Vecchio. Participação Jefferson Gonçalves gaita blues
Conheci o Jefferson no Festival SESC in Blues em Rio Preto em 2008, de lá pra cá temos pensando em parcerias, essa foi a primeira.
4) Luar do Pantanal (Fortaleza) afinação rio abaixo G (DBGDG) viola Saraiva, viola elétrica Marcio Benedetti e João Scremin, participação Rogério Temporini harpa paraguaia
Fortaleza era o Pai do Rogério Temporini, um dos pioneiros da harpa paraguaia no Brasil, chegou a fazer dupla com o Zé Carreiro, queria gravar uma polca paraguaia no CD por isso convidei o Rogério o qual fizemos um duo em 1999.
5) Pranayama (R.Vignini) rio acima C (ECGEC) viola dinâmica Del Vecchio, cebolão em D cabacítara Levi Ramiro, lap steel Sidney Blues Man C6 (GECAGECA)
Pramayama é uma homenagem a pratica de yoga que tenho feito a pouco mais de um ano e meio que tem me ajudado a manter o equilíbrio entre corpo, mente e alma.
6) Proseando (Índio Cachoeira / R. Vignini) cebolão em Eb (EbBbGEbBb) viola dinâmica Luciano Queiroz. Participação Índio Cachoeira viola caipira
Tinha que ter uma música com o violeiro que eu mais aprendi meu grande mestre, essa faixa começou a ser feita em uma passagem de som em 2009, ano que fizemos mais de 20 shows juntos.
7) Paz nos Pampas (R. Vignini) cebolão em D, viola caipira Saraiva
Comecei a fazer essa música enquanto aguardava para entrar no ar em uma emissora de TV em Pelotas/RS junto com a cantora Kátya Teixeira, nessa viajem também conheci uma cidade chamada Pedro Osório, dediquei essa canção pra esse povo.
8) Do Velho Chico ao Mississipi (R. Vignini e Woody Mann) cebolão em D, viola caipira Saraiva. Participação Woody Mann violão
Woody Mann é um bluesman de Nova York com quem eu tive o prazer de fazer 5 shows aqui no Brasil, é um americano com alma de violeiro.
9) Vendaval (R. Vignini) rio acima C viola dinânica Del Vecchio
Composta em janeiro de 2010 sob os fortes temporais que a cidade de São Paulo sofreu nessa época, pra variar minha viola Del Vecchio que ganhei do Seu Oliveira do grupo Os Favoritos da Catira está presente.
10) Som de Chinfra – violão dinâmico Del Vecchio E aberto (EBAEBE)
Gravei-a pela primeira vez no CD da minha banda de rock Cheap Tequila em 1998, resolvi fazer uma nova versão dela agora.
11) Mano a Mano (R. Vignini /Adriano Grineberg ) cabacítara Levi Ramiro cebolão D , viola caipira Saraiva. Participação Adriano Grineberg Piano
O Adriano participou do primeiro CD do Matuto Moderno o Bojo Elétrico de 1999, de lá pra cá realizamos alguns trabalhos com outros artistas, essa faixa foi à primeira vez que tocamos juntos.

Se vc gostou adquiri o original, valorize a obra do artista.
Download
TERRA BRASILIS
senha/password
terrabrasilis

RICARDO VIGNINI E ZÉ HELDER



Ricardo Vignini

É um dos violeiros mais atuantes do Brasil, produtor e pesquisador de cultura popular do sudeste. Ao lado da banda Matuto Moderno gravou cinco CD ́s. Lançou em 2010 o CD solo instrumental "Na Zoada do Arame" e participou dos principais eventos sobre a viola no Brasil, EUA e França. Dono do selo Folguedo dedicado à música caipira. Entre o Palco e gravações trabalhou com artistas americanos Bob Brozman em turnê brasileira em 2003 e Woody Mann em 2006 e 2008. Também tocou com Christiaan Oyens e o gaitista Sérgio Duarte, as cantoras Kátya Teixeira, André Abujamra. Paulo Simões, Leciona viola caipira e guitarra há 22 anos. Produziu quatro CDs e um DVD
do Índio Cachoeira. Tocou e gravou também com: Socorro Lira, Pena Branca, Levi Ramiro, Pereira da Viola, Os Favoritos da Catira. Trabalha com trilhas de publicidade e cinema também como do curta "Toca pra Diabo" Em 2013 montou o Power Trio Mano Sinistra de rock pesado.

 Zé Helder

Mineiro de Pouso Alegre o violeiro, cantor e compositor Zé Helder tem três CDs solos: "A Montanha" (2004) e "No Oco do Bambu" (2009), e Assopra o Borralho (2015) com participações especiais de Gravou também com o grupo Orelha de Pau (2002), além de participações em CDs e shows de diversos artistas, entre eles Guca Domenico, Levi Ramiro, Dani Lasalvia, Ceumar, Alzira Espíndola, Lucina, Ivan Vilela Em 2010, passou a integrar o grupo Matuto Moderno, onde assumiu a viola (junto com Ricardo Vignini) e os vocais (junto com Edson Fontes). Formado em Licenciatura Plena em Música, criou o curso de viola caipira no Conservatório de Pouso Alegre (CEMPA), e atualmente leciona o instrumento no Conservatório Municipal de Guarulhos.

 Em 2007, dois violeiros nascidos em 1973 e membros da banda Matuto Moderno, se juntaram para tocar e adaptar clássicos do rock para viola caipira. A ideia inicial de Ricardo Vignini e Zé Helder era mostrar a potencialidade do instrumento para seus alunos e reviver a trilha sonora da adolescência. O lançamento do CD Moda de Rock - Viola Extrema em 2011 se tornou um sucesso de mídia, vendas e de shows, realizados em todas regiões do Brasil, Argentina e nos EUA. No espírito da viola caipira, In the Flesh do Pink Floyd se tornou uma singela valsinha, Aces High do Iron Maiden e Master of Puppets do Metallica ganharam uma levada de pagode de viola.

Se vc gostou adquiri o original,valorize a obra do artista.
Download
Moda de rock ao vivo
TERRA BRASILIS

Moda de rock II
TERRA BRASILIS

Senha/password
terrabrasilis

domingo, 29 de maio de 2016

PATRICIA BASTOS - PÓLVORA E FOGO / INCONCERT


Nascida em Macapá, região norte do Brasil, Patrícia Bastos herdou da mãe a paixão pela música. A vocação musical foi descoberta quando ela ainda era criança, ao ganhar diversos festivais infantis. Sua primeira formação vocal foi no coral Vozes do Amapá e no musical erudito do Conservatório Walkíria Lima. Com 17 anos, Patrícia já apresentava-se ao lado de nomes como Zé Miguel, Osmar Jr. e Vanildo Leal, entre outros. Durante cinco anos, a cantora foi a principal vocalista da banda Brinds e logo depois, partiu para carreira solo. Fez shows com o projeto Patrícia Bastos e Banda, mostrando sua versatilidade em diversos estilos e abordando o lado moderno da música brasileira, assim como a música regional. Participou também de alguns festivais, conquistando prêmios no Festival da Canção Amapaense, em 1997; no Festival Internacional de Goiás (Festsinhá) e no Festival de Tatuí, cidade do interior de São Paulo. Patrícia Bastos destaca-se pelo timbre suave e afinação contundente e já apresentou-se ao lado de nomes consagrados no cenário da música nacional como Leci Brandão, Vítor Ramil, Nilson Chaves, Lô Borges, Nico Rezende, Boca Livre, Lula Barbosa, sempre acompanhada por grandes violonistas como Aluísio Laurindo Jr., Sebastião Tapajós, Dante Ozzetti, Natan Marques e Manoel Cordeiro. Por meio do SESC, em 2010, Patrícia Bastos apresentou por toda a Amazônia Legal, a turnê Timbres e Temperos ao lado do músico e compositor Enrico Di Miceli e do poeta Joãozinho Gomes, com a direção de Dante Ozzetti. Fez shows de lançamento do disco “Eu Sou Caboca”, no Sesc Vila Mariana, em São Paulo. Em 2011, o projeto foi selecionado para o prêmio Itaú Rumos Cultural, e ganhou registro em DVD, bastante elogiado pela critica, que indicou Patrícia Bastos como uma das grandes vozes femininas do Brasil. Em 2013, recebeu o Prêmio Amapá em Destaque – Tucuju de Ouro como Artista Destaque do Ano. Foi também uma das contempladas no Edital Amazônia Cultural com seu projeto de circulação de shows do CD “Zulusa” pelos estados do Norte do país. Em 2014, no 25° Prêmio da Música Brasileira, foi premiada nas categorias “Melhor Cantora Regional” e “Melhor Álbum Regional – CD Zulusa”, além de seu CD ter sido indicado na categoria “Revelação. Nesse mesmo ano, participou do Misty Fest, realizando turnê em Portugal nas cidades de Lisboa, Porto e Espinho. Em 2015, seu novo projeto “Batom Bacaba” foi um dos 6 contemplados no Edital Nacional Natura Musical. Atualmente, Patrícia, além de realizar shows pelo Brasil, tem se dedicado à gravação do seu novo CD “Batom Bacaba”, com lançamento previsto para setembro de 2016. Discografia: “Pólvora e Fogo” (2002): músicas amapaenses. “Patrícia Bastos in Concert”(2004): álbum versátil que reúne música regional, clássica e internacional. “Sobretudo”(2007): reuniu grandes compositores como Felipe Cordeiro, Jorge Andrade, Joãozinho Gomes, Leandro Dias, Carlin de Almeida, Cartola, Elton Medeiros, Renato Motha e Floriano. “Eu Sou Caboca” (2008): lançado com o patrocínio da FUNARTE, através do Projeto Pixinguinha (prêmio produção – gravação de cd), conquistou o Prêmio Amapá em Destaque, na categoria Melhor Cantora de 2009 e indicações ao Prêmio da Música Brasileira, nas categorias Regional e Voto Popular. “Zulusa” (2013): Melhor Álbum Regional e Melhor Cantora Regional no 25° Prêmio da Música Brasileira 2014, além de selecionado no Edital Amazônia Cultural.


Mais dois discos excelentes da cantora Amapaense  Patricia Bastos.
“Pólvora e Fogo”, resultado da mistura de MPB e música regional da Amazônia e “Patrícia Bastos in concert”, gravado ao vivo constando da fusão de ritmos regionais e uma vertente rítmica moderna, assim como clássicos do jazz.





Se vc gostou adquiri o original, valorize a obra do artista.
Download /senha terrabrasilis
Polvora e fogo
TERRA BRASILIS

Inconcert

TERRA BRASILIS

terça-feira, 24 de maio de 2016

PATRICIA BASTOS - ZULUSA

FOTO: DIVULGAÇÃO

Patrícia Bastos

Melhores da Música Brasileira / por Ed Félix
Estou na comunidade quilombola Curiaú. Paisagem de beleza incomparável. É dia de festa. Tia Chiquinha me explica a diferença entre batuque e marabaixo, os dois ritmos mais tradicionais do Amapá. Batuque é bandaia, pode dançar sorrindo, com alegria. Marabaixo é lamento, com o arrastar dos pés no chão lembrando os escravos acorrentados. Quem me trouxe até aqui? Uma caboca chamada Patrícia Bastos. E nem precisei de barco, navio ou avião. Nem saí de casa. Apenas ouvi ‘Zulusa’ e ela me apresentou “um outro Brasil, que o Brasil desconhece”.

Para quem está longe dessas fortes características culturais, o quinto disco da cantora macapaense pode parecer apenas mais um trabalho exótico e inusual. Engano. O grande mérito de ‘Zulusa’ - que tem em seu título a representação do português, do indígena e do africano (o povo brasileiro) - é transformar regional em universal. Você provavelmente não sabe o que é o quitum do amassador e o tracatá do dobrador, mas quando ouvi-los não terá uma reação de estranheza. São sons seus, e só não tocam na música que você ouve porque o Brasil é um grande país que está pequeno demais.

O canto de Patrícia Bastos é afinado como o de um passarinho. Só para constar: essa não é uma observação minha. Ouvi de Dante Ozzetti, conceituado compositor, produtor e incansável pesquisador da música brasileira. Dante tem um papel fundamental no disco, mas falo disso daqui a pouco. Se tem algo que impressiona tanto quanto a riqueza sonora de ‘Zulusa’ é a desenvoltura de Patrícia como intérprete. Seu modo de cantar é gracioso e de uma elegância que atrai sem qualquer esforço. Uma voz que precisa ser mais ouvida nesse país.

Além do batuque e do marabaixo, também compõem esse trabalho ritmos como o cacicó (fruto da fronteira com as Guianas), o zouk, a embolada, a cúmbia, a guitarrada (alô, Manoel Cordeiro!) e o fado. Muito trabalho foi necessário para tornar essa mistura natural e satisfatória. Atento às modulações, Du Moreira dividiu a produção com Dante Ozzetti, também responsável pela direção musical e pelos arranjos de ‘Zulusa’. A percussão do Trio Manari foi outro ponto decisivo. Algumas das peças usadas por eles: xequerê, guizo, terrabuco, matraca, curimbó, ganzá, djembê, candira, conga de madeira, bilha e bongô, além da caixa de marabaixo, claro.

O esforço dos produtores e o capricho com os instrumentos fez de ‘Zulusa’ um registro uniforme e inovador. Pouco adiantaria resgatar se não houvesse nada de novo para mostrar. Encontramos letras cantadas na linguagem de corruptela, interessantes inserções eletrônicas, texturas sonoras belíssimas e, na última faixa, apenas voz e piano, num momento sublime. Um trabalho que deve servir de referência nos próximos anos.

Com parcerias certeiras e um repertório fantástico, Patrícia Bastos lançou o melhor disco de 2013 na música brasileira.
 *Dar pausa no play acima para poder acessar o vídeo.

Se vc gostou adquiri o original, valorize a obra do artista.
Download
senha/password
terrabrasilis

GUARABYRA - LEMBRANÇAS DO FUTURO


"O último azul das ilhas vai te fazer chorar mas o que importa se o que te fez mal já ficou pra trás. 
E só precisas mesmo jogar, tuas lembranças do futuro ao mar."

Guttemberg Nery Guarabyra Filho, ou simplesmente Guarabyra, ou mais simplesmente ainda, Gut, tem coisas a dizer. E as diz cantando, poetando.
Feito pássaro que não mente, ele voa, roda o mundo, aprendendo a reconhecer as próprias pegadas. Inutilmente o amor quis voltar; encontrou-o descrente. Frente a frente com as pontes, atravessou-as. Fez perguntas, "você se lembra?", e as respondeu: "Nós nos amaremos". E seguiu a vida. Colocou as peças no tabuleiro e teve a sorte a seu lado; mas também a teve contra. Sorte que lhe mostrou um paraíso sorridente. À solidão ele afirma que é preciso amar muito mais. E ama desde as primeiras horas das manhãs bonitas do sertão até o lusco-fusco que anuncia a noite e suas gotas de orvalho. Feito o velho caboclo, aquele que nada lhe tira o sossego, repete velhas e boas histórias aquecidas em fogo caipira. E olha o horizonte. E vê o futuro. E lembra-se dele como se fosse hoje.
Gut tem o que dizer, por isso lançou seu segundo álbum solo, Guarabyra Lembranças do Futuro (gravadora Velas). O CD tem 13 músicas, todas com letras suas. Duas são com Renato Correa, "Velhas Histórias" e "É Preciso Amar Muito Mais"; uma é com Luiz Schiavon e Vitor Martins, "Manhãs Bonitas do Sertão"; duas são só dele, "Nós Nos Amaremos" e "Inutilmente"; e oito são parcerias com Luis Carlos Sá, seu companheiro de dupla há muitos anos, e, juntos, formaram com Zé Rodrix o trio Sá, Rodrix & Guarabyra.
Abro um parêntese: contou-me o Gut a história da formação do trio. Sá e Zé queriam mesmo era formar uma dupla. Porém, sem lugar para ensaiar, bateram à porta de Guarabyra, que morava com dois amigos jornalistas esportivos (José Trajano e Toninho Neves) num amplo apartamento. Como nenhum dos três moradores se importou em ceder espaço para os ensaios, a futura dupla deu início aos trabalhos. Só não contavam com a intromissão de Gut, que dava palpites nos arranjos e recomendava uma ou outra vocalização. Bem impressionados com os pitacos recebidos, restou a Sá e Zé Rodrix convidarem o bicão para formar um trio. Parêntese fechado.
Em Guarabyra Lembranças do Futuro, as letras são plenas de referências pessoais de Gut. Nelas, percebe-se o que pensa e sente seu autor. Existenciais, elas remexem no arquivo do passado e do presente de Gut e o eleva ao futuro. Coração aberto, o canto sai pelas frestas da memória e ganha ares de verdade libertada a fórceps. Trabalho mais autoral, impossível.
O cuidado com a produção e com os arranjos, a cargo do violonista e guitarrista Webster Santos, permite a Gut deslizar sua voz, tornando-a cúmplice do que tem a dizer seu dono. A mixagem do CD é ótima! Nela se percebe cada nuance pretendida em cada frase dos arranjos. Nela, o som tirado do piano acústico tocado por Yaniel Mattos se fez delicado, assim como delicioso ficou o coro feito pelo contrabaixista Pedro Baldanza e mais Dorca Alves e Jorge Cavalcanti; por ela, a percussão de Tostão Cunha ganhou ares de parceira na música, e a bateria de Ângelo Kanaan resultou harmoniosa com a melodia. Graças à mixagem bem-feita, a voz de Gut desempenha seu papel: mostrar cada sílaba que compõe o universo guarabyriano.
As letras de Gut passeiam por versos ora depressivos, feitos os de "Inutilmente" (Quando o amor quiser voltar para mim/ Encontrará um coração descrente/ Que amou querendo ser feliz/ E acabou amando inutilmente); ora esperançosos como os de "Nós Nos Amaremos" (Quando o sol caminhar mais crescente/ Quando as sombras no chão de setembro/ Na primeira manhã quente e clara/ Se alongarem brincando com o vento/ De mãos dadas com o sentimento/ Nós/ Nós enxergaremos tão claro/ a luz do momento raro,/ Que nos amaremos/ Nós nos amaremos...). Lindos!
Gut tem o que dizer. Abre o coração e revela o que lhe vai ao peito. Entoa canções. Dá som às palavras. Solta o verbo. Solta a voz. Solta as amarras e perambula por espaços futuros que se abrem à sua passagem.
Aquiles Rique Reis, vocalista do MPB4 

Se vc gostou adquiri o original, valorize a obra do artista.
Download
TERRA BRASILIS
senha/password
terrabrasilis

segunda-feira, 23 de maio de 2016

NEY COUTEIRO - CONCERTORIA / SONHARES




Apresentando um dos mais refinados violonistas da nova geração de músicos brasileiros, este CD é também uma viagem pelos ritmos brasileiros, especialmente os do Centro-Oeste, Nordeste e Amazônia. O CD é definido pelo seu autor como "uma releitura de várias sonoridades regionais". Ney Couteiro (rondoniense, por muito tempo radicado em Belém do Pará), hoje professor de Violão na Universidade Livre de Música de São Paulo, mostra-se também um compositor inspirado, o que pode comprovar-se através de temas como "Concertoria" (em que erudito e popular realizam uma bem sucedida fusão).

Se vc gostou adquiri o original, valorize a obra do artista.
Download
TERRA BRASILIS
senha/password
terrabrasilis

Segundo CD do compositor Ney Couteiro, depois de uma gestação de 10 anos, o novo trabalho vem recheado de participações especiais, trazendo canções que retratam o cotidiano e nossos gêneros musicais, com suas riquezas peculiares da nossa rica MPB.
Destaque para "canção Matinada" gravada por  João Bá  e também por Dercio Marques.
Se vc gostou adquiri o original, valorize a obra do artista.
Download
senha/password
terrabrasilis

domingo, 22 de maio de 2016

CATAIA - NESTA TERRA DE NINGUÉM

Criada em 2001, pelos amigos Rodrigo Fonseca e Fabrício Batalha com objetivo de se apresentarem na Ilha do Cardoso (litoral sul de São Paulo) o nome Cataia veio em homenagem a uma cachaça muito requisitada nesta ilha. Neste mesmo ano temos a chegada dos músicos Richard Lefèvre (sanfona) e Washington Moreira (Zabumba) vindos de Itaúnas no Espirito Santo.
 Inicialmente o estilo do grupo era o forró pé de serra mas em pouco tempo a Cataia começa experimentar novos estilos musicas que já fugia do tradicional e que se reflete no lançamento, em 2002, de seu primeiro álbum “Nesta Terra de Ninguém”.  Onde temos a mistura do baião com ritmos africanos em arranjos místicos com um estilo único e percussivo.
Em 2004, esse mesmo álbum foi lançado no mercado europeu, pela Suave Music
“Cataia toca um forró que mistura o natural, o real e o fantástico”,
(escreveu o jornal francês Libération, na ocasião)

Este mesmo selo lançou, em 2005, as coletâneas Forró For All e Forró For All 2, que contam com quatro músicas do disco Nesta Terra.
Com originalidade e bom gosto, a Cataia faz seu cardápio musical usando vários ingredientes. A base vem da rica música brasileira, principalmente regional — o forró tradicional, aliado às cirandas, às toadas de boi e outros ritmos brasileiros, e instrumentos africanos (djembê e dununs).
A banda tem o sabor da planta que nos empresta o nome, tem propriedades medicinais e que, curtida na cachaça, resulta em uma bebida especialmente interessante. (Extraído do release da banda)

Já passou pelo grupo grandes músicos que muito contribuirão com musicalidade e a historia da Cataia são eles: Leandro Toledo Piza, Natalia Moreira, Afonso Perks, Ricardo Abreu(Lango), Alexandre Benato , Edson Figueroa e muitos outros bons amigos.
Cataia hoje é formado por Rodrigo Fonseca (Voz, Violão e Flautas), Fabrício Batalha
(percussão), Richard Lefèvre (Sanfona e Percussão), Washington Moreira (Voz,Percussão e Saxofone Tenor), Ricardo Carrano (Guitarra, Violão, Sanfona e Viola De 10) e Rodrigo Cabrerisso (Baixo e cavaquinho).

Se vc gostou adquiri o original, valorize a obra do artista.
Download
TERRA BRASILIS
senha/password
terrabrasilis




VIOLEIROS MATUTOS - TERRA BRASIL

História dos Violeiros Matutos

Violeiros Matutos é um grupo de cantores e violeiros, formado em 2002, com a proposta de divulgar a música de viola, instrumento este que veio de Portugal na época da colonização portuguesa, trazida pelos jesuítas e usada na catequização dos índios.
Violeiros Matutos possui quatro CDs gravados. Os dois primeiros, (usados apenas para divulgação) trazem arranjos próprios para os grandes clássicos da música de raiz, como: Velha Porteira (Helio Alves e Ziltinho), Tardes Morenas de Mato Grosso (Valderi e Goiá), Meu Primeiro Amor (José Fortuna), Vaca Estrela e Boi Fubá (Patativa do Assaré), Cai Sereno (Eupidio dos Santos) entre outras.
O terceiro “Violando Fronteiras” vem com a proposta de juntar quatro grupos de quatro Estados Brasileiro em um CD. Minas Gerais (Grupo Viola Urbana), Paraná (Grupo Viola Quebrada), Espírito Santo (Grupo Moxuara), São Paulo (Grupo Violeiros Matutos) e uma participação especial da Banda Pau e Cordas de Recife, PE.

O último álbum intitulado “Terra Brasil”, traz composições inéditas, em sua maioria de integrantes do grupo, tais como: BRINCADEIRAS NO SERTÃO (Sérgio Penna) PAGODE DO TIÃO (Fabíola Mirella), TERRA BRASIL (Sérgio Penna) TEMPOS ATRÁS (Sérgio Penna). Destaque ainda para obras inéditas de compositores amigos como: AS 4 ESTAÇÕES (Pinho), CABOU A LUZ (Fábio Sombra) e NÃO VI MAIS MEU CARRO DE BOI (Mumbuka).
O Grupo é formado por cinco músicos e violeiros profissionais que se conheceram na ULM (Universidade Livre de Música), hoje EMESP - Escola de Música do Estado de São Paulo Tom Jobim.

Os Integrantes: Sérgio Penna (viola solo e voz), Cláudio Rugene (violão e voz), Fabíola Mirella (viola e voz), Vinícius Almeida (contrabaixo) e Elcio Paulo (percussão). Essa formação ganhou destaque pelos arranjos bem elaborados com levadas diferentes e dos arranjos vocais dos três cantores, com linguagem e estilo inconfundíveis, que executam com simplicidade e maestria.

Premiações
“Prêmio Rozini de Excelência da Viola Caipira 2010” oferecido pelo IBVC
(Instituto Brasileiro de Viola Caipira) na categoria Grupo de Viola.
Em 2012, na etapa eliminatória do festival “Viola de Todos os Cantos”
da EPTV
 (filiada à Rede Globo), ocorrida em Araraquara, SP, a música “Minha Sina”
 de autoria de Sérgio Penna, defendida pelo grupo Violeiros Matutos,
classificou-se
em primeiro lugar, garantindo a participação na etapa final do evento,
em Poços de Caldas, MG, Na final, o grupo conquistou o
3º lugar, na categoria “música raiz”.
Em 2013, no Memorial da América Latina, São Paulo, na categoria
Grupo de Viola o grupo foi contemplado com o Prêmio Rozini.
Também em 2013, no dia 11 de Setembro, Violeiros Matutos foram
 homenageados no dia da música raiz, evento realizado no
 Salão Nobre da
 Câmara Municipal de São Paulo.


Sérgio Penna

Mineiro de Santa Rita do Jacutinga, violeiro, cantor,
compositor, produtor musical e arranjador.
É professor de viola e criador do grupo Violeiros Matutos,
onde atua como violeiro solo e vocalista.
Passou a infância típica de menino do interior mineiro,
no cotidiano do sítio onde nasceu e cresceu ouvindo
causos e música no radinho de pilha, daqueles que eram
seus ídolos e pioneiros da tradição caipira como
Tião Carreiro e Pardinho, Liu e Léo, Tonico e Tinoco,
entre outros.
Em 1993, como tantos que saem de suas
cidades para tentar a sorte na cidade grande,
Sérgio mudou-se para São Paulo já como músico viajando
pelo interior do estado.
Cursou viola caipira de 2000 a 2005
na escola CEM - Centro de Estudos Musicais Tom Jobim.
De 2000 a 2003 fez parte da Orquestra Paulistana de Viola Caipira
atuando como violeiro solista.
Desenvolveu seu estilo próprio
de tocar e decidiu convidar alguns músicos para fundar
o grupo Violeiros Matutos, um grupo típico de resgate e
preservação da cultura caipira, com músicas que relatam
o dia-a-dia do homem do campo, com estilo próprio e cativante.


Trajetória de Sérgio Penna

Em 1993 saiu de Santa Rita do Jacutinga,
MG e veio para Mogi das Cruzes.
De 1995 a 2001 foi contrabaixista de banda.
Em 2000 entrou na escola de música CEM
(Centro de Estudos Musicais Tom Jobim)
vindo a concluir o curso de viola caipira em 2005.
De 2000 a 2003 fez parte da Orquestra Paulistana de Viola Caipira.
Em 2002 fundou o grupo Violeiros Matutos com o qual gravou quatro CDs.
O ultimo gravado em 2009 somente com músicas de sua autoria.
Em 2005 participou do festival Syngenta de Viola Instrumental.
No ano de 2006 ganhou o projeto de Lei de Incentivo à Cultura
da Prefeitura Municipal de Amparo/SP, CD TERRA BRASIL,
projeto este que consiste numa pesquisa sobre música caipira
com os integrantes do Coro de Meninos de São Francisco de Assis
e gravação de algumas manifestações culturais mineiras e músicas de sua autoria.

Como músico de estúdio fez gravações no disco CINE MAZZAROPI
do cantor Zé Paulo Medeiros, no disco ALMA CAIPIRA
do cantor Cláudio Lacerda entre outros.
-Em 2005 participou do Prêmio Syngenta de Viola Caipira
com a música “Minha Gerais”
-Sérgio Penna lançou em 2011 seu disco solo com músicas instrumentais
de sua autoria (com arranjos e produção própria), explorando as variadas afinações existentes na viola caipira.
Em 2011 produziu CD da Orquestra Feminina Viola de Saia.
-Em 2012 fez a trilha sonora com viola e rabeca no livro ilustrado com texto em forma de cordel dos autores Fábio Sombra e Maurício de Sousa: “A peleja do Violeiro Chico Bento Com o Rabequeiro Zé Lelé”. O livro vem acompanhado de um CD com a locução de Almir Sater.
-Em 2012, com o grupo Violeiros Matutos, na etapa eliminatória do festival “Viola de Todos os Cantos” da EPTV (filiada à Rede Globo), ocorrida em Araraquara,SP, a música “Minha Sina” de sua autoria, defendida pelo grupo, classificou-se em primeiro lugar, garantindo a participação na etapa final do evento, em Poços de Caldas, MG, quando conquistou o 3º lugar, na categoria “música raiz”.
No “Troféu Voto Popular”, também na categoria raiz, a canção “Minha Sina” foi a mais votada.
-Em 2013 Sérgio Penna foi contemplado com o Prêmio Rozini/Instituto Brasileiro de Viola Caipira na categoria Violeiro Solo. A cerimônia de entrega do prêmio aconteceu no Memorial da América Latina em São Paulo.
-Com o parceiro Fábio Sombra, pela Zit Editora Sérgio Penna tem duas publicações de livros infantis. O primeiro “Duas Festas de Ciranda” e o segundo “Mês de Junho Tem São João”, ambos acompanhados com músicas típicas do estilo criadas pelos próprios autores.
Pela Giramundo Editora, uma de suas composições “Brincadeiras no Sertão” virou um livro ilustrado também para o público infantil. Essas ilustrações acompanham a letra da música onde Sérgio Penna relata suas brincadeiras de infância vivida na roça onde nasceu.
-Em 2013 foi lançado o filme “Frei Galvão, o Arquiteto da Luz” que mostra a vida do primeiro santo brasileiro, Antonio de Santana Galvão, mais conhecido como Frei Galvão, o primeiro Santo Brasileiro. Sérgio Penna participa com arranjos de viola caipira na trilha sonora do filme, além de ter composto com Malcolm Forest, o cantor, compositor e também produtor do filme a moda de viola com o título “O Maior Brasileiro”. Está gravando, em dupla com Fabíola Mirella o cd que será intitulado – Estrada de Terra.

Contatos:
Email: violeiropenna@yahoo.com.br



Fabíola Mirella

Violeira, Cantora e Compositora.
Nasceu na capital de São Paulo.
Sempre foi apaixonada por música, especialmente pela viola caipira.
Aos 14 anos iniciou um curso básico de violão popular.
Teve o seu primeiro contato com a viola caipira somente aos 18 anos
quando entrou para a Orquestra de Viola Caipira
de São José dos Campos que, na época era regida
pelo violeiro Braz da Viola.

Estudou durante 3 anos na ULM (Universidade Livre de Música),
hoje EMESP - Escola de Música do Estado de São Paulo – Tom Jobim.

Leciona Viola Caipira desde 2003. Integra o Grupo Violeiros Matutos.
É formada nos Cursos Técnicos de Música,Canto e Pós-Técnico
em Arranjo e Composição pela ETEC - Escola Técnica Estadual de Artes–SP
e em Licenciatura Plena pela Universidade Unisant'Anna.

Concluiu o curso de Fisiologia Vocal e Auditiva
na OMB-Ordem dos Músicos do Brasil.

Ganhou o Prêmio Rozini de Excelência da Viola Caipira 2010 e 2013
na categoria – Violeira Solo.

Ficou em 3º lugar no Festival EPTV – Viola de Todos os Cantos
(filiada da Rede Globo) junto com Violeiros Matutos
defendendo a Música – Minha Sina – de Sérgio Penna.

Está gravando, em dupla com Sérgio Penna o cd que será
intitulado – Estrada de Terra.

Sua maior preocupação é preservar a cultura da boa música brasileira
e manter viva a Viola Caipira, instrumento que é a sua maior paixão.

Contato: fabiolamirella@gmail.com
Facebook: fabiolamirella.silva
Instagram: violeira_fabiolamirella





Cláudio Rugene
Paulistano de origem nordestina traz nas veias
o gosto pela música de raiz.

Fã de Luiz Gonzaga, Liu e Léu, Tião Carreiro e Pardinho,
Tonico e Tinoco acabou entrando para o mundo da viola,
estudando, na escola de música ULM (Universidade Livre de Música),
hoje EMESP - Escola de Música do Estado de São Paulo Tom Jobim
durante três anos.
Nessa escola, Cláudio Rugene conheceu os demais integrantes
do grupo Violeiros Matutos.

Dono de uma voz inconfundível, hoje atua no grupo
Violeiros Matutos como cantor e violeiro.
Email:
claudiorugene@hotmail.com

     
Vinicius Almeida
Músico, técnico de áudio e professor de contrabaixo,
violão, guitarra e bateria desde 1989.
Em 1982, com onze anos de idade, começou na música
tocando contrabaixo elétrico, com aulas particulares e
vários professores, até 1989 quando se matriculou na
Studio Escola de Música, onde foi aluno do contrabaixista
Francisco Lacerda (Grupo AMA, CLAM) por dois anos,
passando, no terceiro ano, a frequentar o curso de harmonia
com o guitarrista e violonista Celso Marques Filho
(Grupo AMA, Escola Municipal de Música).

Teve aulas particulares com o guitarrista de jazz
Carlos Pachiega, chegando a gravar o primeiro disco
de seu trio de jazz Charlie M Trio e com o experiente
baterista paulistano Emílio Veronese e de viola caipira
com Sérgio Penna.
Participou também do curso de contrabaixo acústico
da Universidade Livre de Música Tom Jobim
com o Professor Rui Arcádio.

Como professor de contrabaixo elétrico, guitarra, violão,
viola e bateria leciona atualmente na CMF Núcleo Musical,
no Rancho dos Matutos, no Colégio Consolata,
além de aulas particulares.

As atuações como contrabaixista começaram em 1986 com
grupos de rock, blues e bandas de baile, passando a tocar
na noite (Café Piu Piu, Blue Note Jazz Bar, Tamatete,
Opus 2004, Show Days Saloom, Satel Bar, Via Funchal,
Olímpya, Direct TV, antigo Pallace entre outros)
e como "free lancer" em 1989.

Está com os Violeiros Matutos quase desde sua fundação.

É graduado em licenciatura em música pela Universidade Unisantanna.
Email:
xviniciusx@ig.com.br



Elcio Paulo
Toca bateria e percussão há mais de 20 anos,
procurando sempre o ecletismo.

Membro de várias bandas de rock, MPB e música raiz,
além de dar aulas, procura sempre ouvir e aprender
com todos os estilos.

É membro da Orquestra Sanfônica há quase 10 anos,
com mais de 200 shows e participação no Concurso
em Castelfidardo, Itála, e integrante do
Grupo Violeiros Matutos desde 2008.

Email:
elciopaulo@ig.com.br


 Se vc gostou adquiri o original, valorize a obra do artista.
Download
TERRA BRASILIS
senha/password
terrabrasilis







terça-feira, 17 de maio de 2016

MAURI DE NORONHA - DE REPENTE, UM CANTADOR

foto Marcelino lima


Abro a porta da rua aqui no Solar da Lageado e a menos de quatro passos encontro uma pitangueira e uma amoreira carregadas de doces frutos tão ao alcance da mão que nem ginástica preciso fazer para me fartar. A quantidade é tamanha e todos os dias nova carga amadurece a ponto de muitas caírem ao solo e nos galhos ainda ficarem dezenas, à espera dos pássaros, de quem queira se servir em abundância; as palmas, os dedos, os lábios chegam a ficar tingidos, purpura-alaranjados; acreditem, até a Antonella, simpática cadela do vizinho, delicia-se comendo amoras! As duas frutinhas com sabor de infância e de mato, entretanto, são sazonais, brotam em determinados períodos e, fora deste tempo, não costumam haver safras temporãs.
Com a música, entretanto,  a tendência é outra, sobretudo no segmento independente. Todo santo dia aflora um novo talento aqui e acolá, pitangas e amoras que muita gente ignora, acabam apodrecendo no galho ou, ainda verdes, derrubadas pelo vento ou pela chuva rolam pela sarjeta sem jamais terem sua docilidade apreciada, uma pena!
Mauri de Noronha é um destes artistas que convidam a gente a colher suas canções pitangueiras e a se manchar com suas poesias amoras. Natural de Garanhuns (PE), atualmente residindo em Aracaju (SE), ao lado do flautista Chico Pedro, do Raíces de America, Mauri de Noronha lançou no Espaço da Rosa Latino Americana (ERLA) em outubro do ano passado, De repente, um cantador, um  álbum acústico simples e marcante, composto de 22 faixas que têm acompanhamento apenas do seu violão, das flautas e da gaita colombiana de Chico Pedro — instrumento muito utilizado para cúmbias.
Além de composições próprias, Mauri de Noronha também declama poemas que ele próprio assina com temáticas que transitam entre o Sertão e o mar, ilustram a beleza de ambos e conjugam como ponto forte o retrato sem pinceladas cosméticas das agruras, sofrimentos e aflições, as preces e as esperanças de um povo cuja pele o forte sol greta, o patrão, a polícia e o proselitista exploram e a estiagem espanta e mata sem poupar planta ou bicho – fatores geopolíticos que explicam uma realidade que não deveria ser aceita como calvinista, posto que é obra do descaso; ou sina do agreste e de seus homens, como dito em Assim se Assucede .
mauri e chico
foto Marcelino Lima
Ao cantar ou declamar suas obras relacionadas ao sertão e aos dramas que os seus conterrâneos amargam, o conterráqueo Mauri de Noronha evoca com a mesma grandiosidade Elomar Figueira de Mello ou Vital Farias, tanto ao pontear, quanto ao declamar. Apresentando-se como um “ser de todo mundo” (“meu mundo não tem cercas: a minha terra é o teu planeta/ eu sou de todo canto […] a tradução de toda língua está no beijo/eu sei que sou de qualquer raça: sou sertanejo/os donos das fronteiras tantas são traiçoeiros/ e eu canto a rebeldia plena… pelos herdeiros!), Mauri de Noronha incorpora com paixão sem panfletarismo ou pieguice voz que protesta contra e denuncia o maltrato histórico contra sua gente; embora executadas com sensibilidade ainda que em um tom veemente, as canções deixam, então, de serem pitangas ou amoras: ficam mais para espinhos de cactus cujas pontas precisam arranhar muita pele de pêssego que insiste em não entender que o sertanejo, antes de tudo, sim, é um forte, mas tão ou mais vulnerável que o solo quando ora por chuva e que pobreza nos grotões ainda está longe de ser mera grife para inspiração de versejadores de feira e literatura de panfleto.
“A apresentação que faço com o Chico Pedro é acústica, a flauta acrescenta roupagem ilustre ao que e à forma que eu canto”, observou Mauri de Noronha. “Sou uma espécie de menestrel, embora o formato de meu violão não corresponda tanto àquele da Idade Média, quando os violeiros destacavam-se mais pela técnica”, prosseguiu. “Eu toco meu instrumento pela alma, sou mais cantador do que repentista”, explicou. “Adoro o repentismo e o modo de cantar de improviso, mas como dizem lá no Nordeste: sou poeta de caneta, ou seja, escrevo meus poemas e os coloco dentro de um contexto”.
Maravilhosa contribuição de Marcelino Lima
Se vc gostou adquiri o original, valorize a obra do artista.
Download
TERRA BRASILIS
senha/password
terrabrasilis

HUGO FILHO - PARAIBÔ

Para vc Alberto Casagrande lá da cidade de Colatina - ES que pediu para postar o Paraibô, demorou um pouco até achar no meio a tantas coisas, mas taí.
Hugo Leão (Hugo Filho) foi líder, guitarrista solo e vocalista da banda THE GENTLEMEN, grupo que fez muito sucesso na Paraíba nos anos 60 e 70 e que ainda hoje conserva um grande fã-clube, a música "Cristina" muito executada nas rádios locais na época.

PARAIBÔ foi gravado entre Maio e Julho de 1978, em estúdio particular, com mesa e equipamento da antiga banda THE GENTLEMEN. Este LP conta com duas músicas de Zé Ramalho com parceria de Pádua Carvalho, "Não me digam o que ser" e "Meu Sol". As outras faixas do LP são de autoria de Hugo Filho e Pádua Carvalho...é um disco muito raro da psicodelia nordestina, procurado por colecionadores do mundo todo, devido ser ripado de vinil, tem uma qualidade razoável em 320. Mas vale pela raridade.

Download
TERRA BRASILIS
senha/password
terrabrasilis

segunda-feira, 16 de maio de 2016

XANGAI


Foi uma parteira quem trouxe Eugênio Avelino ao mundo.O compositor e cantor Xangai nasceu ao som do Córrego do Jundiá, que corria ali pelas bandas da fazenda onde a família morava, no interior da Bahia. Lá, já não mana mais água. Mas ele ainda teve tempo de correr descalço pela margem do córrego ou se banhar nas águas do Rio Jequitinhonha, que também irriga a região.

Mas foi em Vitória da Conquista onde Xangai esbarrou com o destino que marcou toda a sua vida. Aos 9 anos, encontra o compositor e pensador Elomar, uma das grandes vozes do cancioneiro nordestino. Dez anos mais velho, Elomar se torna referência pessoal do pequeno Xangai, que passa a tomar lições que o conduziriam pelo resto da vida. “Um grande mestre. Um pai. As pessoas costumam dizer que sou o grande intérprete da obra de Elomar. Bobagem. Dei sorte porque conheço a linguagem, somos bodes do mesmo chiqueiro, galos do mesmo terreiro", conta o baiano.

São 40 anos de carreira? 
O primeiro disco é de 1976, mas a carreira começa quando a gente nasce. Ou, antes ainda, para quem acredita em reencarnação. A minha mesmo começou há milhares de anos.

Com essa jornada milenar, te assusta que muitos ainda não tenham descoberto seu trabalho? 
Não me assusta, não. Isso é fruto da desinformação. Há pessoas em Vitória da Conquista, minha terra, que não sabem quem é Xangai. Que não conhecem Elomar. Mas já ouviram falar em um cara que morreu em um acidente de carro que eu não conhecia, mas que gerou uma comoção nacional (ele se refere ao cantor Cristiano Araújo, morto em 2015). Nada contra ele nem contra ninguém. Mas a mídia toma a frente desse processo. Eu não sei assoviar uma música dele. Sei assoviar Caetano Veloso, João do Vale, Lupicínio Rodrigues, Adoniran Barbosa, Luiz Gonzaga, Zé Mulato e Cassiano, Gilberto Gil, Chico Buarque, Cartola, Dorival Caymmi, Gordurinha, Edu Lobo e por aí vai. Na arte, eu me posiciono como um esteta.

Mas se posiciona também politicamente? 
A minha trajetória em si já está permeada por minhas convicções. Vou te contar uma história: há um crescente na desertificação no Brasil. Onde havia pequi, aroeira, aí no cerrado, há soja. Onde foi parar o São Francisco? Que teve água sugada para irrigar soja, eucalipto, milho. Aí temos as carretas carregando esses grãos por todas as estradas do país. Há um desperdício absurdo. Meu amigo, o que cai de grãos desse transporte! Dava para pagar uma porrada de dívidas, para fazer uma porrada de escolas, para ajeitar a saúde. Um desperdício de comida, de alimento. Além de causar acidentes. Vidas são ceifadas pelas estradas, de pessoas e de animas, que invadem a rodovia para comer os grãos caídos. E nunca vi ninguém falar disso. Eu falo mais sobre esse tipo de coisa. Talvez por isso me chamem de “cantor da natureza”, “cantor do meio ambiente”. Minha política é essa.
Mas você deve ter algo a dizer sobre o cenário atual... 
Eu não confio na maioria dos políticos porque eles não honram os votos que recebem. Não torço para lado nenhum, porque não confio em nenhum deles. Imagino que haja alguém de boa vontade ali dentro, mas, no processo, a maioria acaba se corrompendo. Minha única surpresa é perceber que vem sendo conduzida uma investigação de uma forma que nunca foi feita antes. Não lembro de nenhum mandatário que tenha sido investigado profundamente, embora tenham pintado e bordado a vida inteira. Acho essa iniciativa atual salutar. Agora, não é Brasília não. É o país inteiro. Todo brasileiro precisa criar vergonha na cara, e me incluo nessa, e cuidar de si. Dobrar o cobertor que você dormiu. Escovar o dente, tomar banho, coloca menino na escola. Ter uma disposição para o trabalho e ser honrado. Não é sacrifício. É dever.

Vamos falar sobre Elomar? Você o considera injustiçado? Acredita que ele deveria ser melhor reconhecido? 
Há uma injustiça, sim. Mas ele não está muito preocupado, não. Até porque o injustiçado não é ele. É o povo brasileiro. Esses pseudointelectuais que dizem que a obra dele é de difícil compreensão, não sabem de nada. Não tem nada disso.

Quando você pensa na obra de Elomar, o que te vem à mente? 
João Guimarães Rosa. Um dos grandes “brasileranças” deste país. Veja bem: na condição de historiadores, escritores, tanto Elomar como Guimarães Rosa falam de um povo, de uma história, de uma realidade, que a maioria das pessoas que escrevem não está interessada. Eles são voltados para um povo desassistido. O povo do sertão. E Elomar ainda tem uma vantagem. Além de ser tão grande quanto Guimarães, nos escritos, ele é tão grande quanto Beethoven como músico. Agora, por que não o mostram por aí? Não sou eu o dono das emissoras de televisão e rádios. Não sou dono de jornal. Não sou ministro da Educação, da Cultura. Não sou dono de teatros nem secretário de Cultura, não sou da Embratur nem de “embraescambal” nenhum. O povo é quem perde por não ter contato com uma obra tão bela.
Preciso te perguntar sobre “brasilerança”, que perpassa todo seu discurso. A palavra foi nome de um disco seu, de um programa de rádio... 
“Brasilerança” é tudo que herdamos, tudo que temos. A herança brasileira. Desde o primeiro habitante. Eu não falo português, perceba. Eu também falo português. Mas eu falo mesmo “brasilerança”. “Goiás”, Itatiaia”, “Jequitinhonha”, “Parnaíba”, “Ibituruna”... Não é português. É a linguagem dos indígenas acrescida de todos os colonizadores. Holandeses, ingleses, portugueses, africanos. Essa é a língua que eu falo, canto e respeito. Nossa tradição. E Brasília é a capital da “brasilerança” e não deveria se esquecer, jamais, de honrar essa responsabilidade
 Entrevista http://www.correiobraziliense.com.br


Com o novo  trabalho depois de 9 anos sem gravar que leva seu nome artístico Xangai" chega ao seu 17º álbum e faz uma prévia da comemoração dos 40 anos de seu primeiro disco, “Aconteciventos”.
A volta ao mercado fonográfico com a edição de CD de voz e violão que mistura no repertório músicas inéditas, como Eu (Xangai a partir de poema de Florbela Espanca) e Ino no cangaço (Xangai e Ivanildo Vila Nova), com regravações do repertório do artista, caso de Galope à beira-mar soletrado (Xangai e Ivanildo Vila Nova). Intitulado Xangai, o álbum tem produção assinada pelo violonista costa-riquenho Mario Uloa  e é editado por via independente.

Um excelente disco !
Se vc gostou adquiri o original, valorize a obra do artista.
Download
TERRA BRASILIS
senha/password
terrabrasilis

SERTANÍLIA - ANCESTRAL


Sertanília é um grupo de Salvador (BA) que resgata a tradição sertaneza¹ na produção de uma música universal, inspirada nas diversas manifestações culturais do sertão: coco, maracatus, sambadas e ternos de reis. Formado em 2010 é composto por Aiace (vocais), Anderson Cunha (violão, bandolim e viola) e Diogo Flórez (percussão) acompanhados pelos músicos João Almy (violão), Fernanda Monteiro (violoncelo), Mariana Marin (percussão), Raul Pitanga (percussão). 

O primeiro disco, intitulado "Ancestral" foi lançado em 2012 e teve apoio do Conexão Vivo e Governo do Estado da Bahia através do Faz Cultura. Buscando resgatar as origens musicais, o cd foi gravado em Salvador no Attitude Audio Criação e no Fábrica Studios em Pernambuco, e conta com participações ilustres de Xangai, Bule-Bule, Terno de Reis do Riacho da Vaca (Caetité) da Bahia, além dos percussionistas pernambucanos Emerson Calado, Nego Henrique e Gilú Amaral. Possui 18 faixas, com 12 músicas autorais e seis regravações, com covers de Elomar sendo ele o pilar de influencia do grupo. Sertanília mostra uma construção musical rica em elementos da Cultura Popular Brasileira.
Desde a sua criação grupo já acumula participações em eventos de grande importância no cenário musical nacional e internacional, passando pela WOMEX 2014 (World Music Expo) em Santiago de Compostela - Espanha, o Brazilian Summer Festival 2013 em Amsterdã - Holanda, no projeto Salademúsica (na Saladearte da UFBA), o Conexão Vivo Salvador, Lauro de Freitas e Praia do Forte, o Festival Tensamba 2011 em Madri - Espanha, Festival Baianada 2010, Grito Rock Salvador (BA) e Olinda (PE), Feira Noise Festival em Feira de Santana (BA), no Encontro de Cantadores (BA) e apresentou um espetáculo lírico-musical intitulado "Tempo de Sereno" em 2010 nas cidades de Lisboa e Coimbra (Portugal), em parceria com a Universidade de Coimbra.
Durante esse período o grupo venceu o Prêmio Dynamite de Música Independente 2013 na categoria de "Melhor Álbum Regional" e foi indicado ao Prêmio da Música Brasileira 2013, ambos com o CD Ancestral; apresentou uma temporada de pocketshows do show "Ancestral" na Caixa Cultural Salvador em 2014; realizou uma turnê pelo Estado de Minas Gerais, que passou pelas cidades de Belo Horizonte, Vespasiano e Mariana com apoio do Fundo de Cultura e Governo do Estado da Bahia; teve as faixas "Aguaceiro" (2014) e "Tempo de Sereno" (2013) incluídas nas Coletâneas Bahia Music Export que integra o Programa de Mobilidade Artística e Cultural, promovido pela Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA) e pela Fundação Cultural do Estado da Bahia (FUNCEB); venceu um concurso on-line para se apresentar no LYCRA Future Designers em São Paulo, onde concorreu com 11 bandas selecionados pelo curador de Fabio Trummer (vocalista da banda Eddie); criou a música-tema do desfile de Cris Melo, estilista baiana finalista do concurso Brasil Fashion Designers; teve a música “Nobre Folia”, selecionada entre as 15 finalistas no IX Festival da Educadora FM e compondo o CD do festival e realizou a sua primeira Turnê Nordeste passando pelas cidades de Cajazeiras e Sousa na Paraíba, e Juazeiro do Norte, Fortaleza e Itapipoca no Ceará que contou com o apoio do Governo do Estado da Bahia através do Fundo de Cultura.

¹
Feminino de sertanês, imortalizado nas obras de Elomar Figueira Mello. Faz referência a tudo que é inerente ao sertão. O neologismo foi criado para se diferenciar de "sertanejo", palavra que foi perdendo o real significado e se distanciando do universo do sertão à proporção em que foi empregada pelo mercado musical das grandes gravadoras.

 Lindo disco !
Se vc gostou adquiri o original, valorize a obra do artista.
Download
senha/passaword
terrabrasilis

NEYMAR DIAS E IGOR PIMENTA - COME TOGETHER PROJECT



Viola caipira e contrabaixo dão tom camerístico ao repertório dos Beatles

Duo formado pelo violeiro Neymar Dias e pelo contrabaixista Igor Pimenta lança “Come Together Project”, com arranjos intimistas para canções do quarteto inglês
Amigos há 15 anos, quando o violeiro Neymar Dias e o contrabaixista Igor Pimenta se encontram a conversa invariavelmente chega no futebol e na música. Se no esporte o santista Neymar e o corintiano Igor nem sempre concordam, na música seus interesses convergem em muitos pontos, especialmente na paixão de ambos pelos Beatles. Como resultado dessa beatlemania, a dupla apresenta “Come Together Project” (Borandá, 2015), que após dois anos em desenvolvimento chega ao disco a partir do Programa de Ação Cultural do Estado de São Paulo (Proac).
Por se tratar de um projeto feito por fãs do quarteto inglês, o que prevalece é um profundo respeito pela obra da banda, ao mesmo tempo em que escapa da mera cópia estilo cover. “Fazemos uma espécie de redução orquestral de viola e contrabaixo dos arranjos originais. Tem música que a linha do baixo é a mesma usada pelo Paul McCartney, em outra eu faço na viola a melodia do coro de vozes dos Beatles”, explica Neymar. “Para extrair a síntese, tivemos que ser muito criteriosos. Fomos em busca do boticário, aquela gotinha que resume o todo”, completa Igor.
A ideia de “Come Together Project” surgiu em 2012, numa tarde em que Neymar decidiu experimentar na viola algumas canções do quarteto inglês. Foi escolhendo aquelas que realmente combinavam com as características do instrumento, como por exemplo os temas em que fosse possível aproveitar a sonoridade das cordas soltas. Depois de esboçar os três primeiros arranjos para viola e contrabaixo, decidiu mostrá-los ao amigo, que logo tornou-se parceiro na empreitada. “Os harmônicos da viola combinam muito bem com o contrabaixo, às vezes parece que há apenas um instrumento tocando”, destaca Neymar.
O repertório foi construído com as canções que melhor se acomodaram ao dueto instrumental. O álbum começa com “In my life”, numa versão impregnada pela influência de Johann Sebastian Bach (1685-1750), compositor pelo qual Neymar tem grande apreço. Se na gravação original dos Beatles o produtor George Martin distorceu o piano para que soasse como um cravo, a versão do duo remete ao “Concerto para dois violinos” do compositor alemão. Bach surge também no final de “The long and winding”, com uma citação da cantata “Jesus, alegria dos homens”.
O disco segue com “Girl”, um dos raros momentos em que os músicos se permitem improvisar. A dupla evita o esquema tema-solo-tema. O espaço para a improvisação surge apenas quando a harmonia sugere o solo.
“Uma calma roceira perpassa todo o disco”, escreve no encarte do álbum o pianista e compositor André Mehmari. Esse tom interiorano é garantido não apenas presença da viola, mas está na intenção dos arranjos e na essência das próprias canções. Nas mãos do duo, temas como “And your bird can sing” e “Mother nature’s son” parecem extraídos do universo rural brasileiro.
“Apesar de contarmos com uma formação com viola caipira, em nenhum momento o objetivo foi inserir as canções dos Beatles no universo rural só por conta da instrumentação. Quando isso aconteceu, foi de maneira natural, pela força da melodia,” esclarece Igor. Aliás, a dupla evitou qualquer adaptação que pudesse resultar caricata. “Não quisemos fazer um ‘Beatles in viola’, fomos em outra direção”, completa Neymar. O instrumento dialoga até com os “temas indianos” de George Harrison. Na introdução de “If I needed someone”, quando o duo apresenta um medley com outras melodias do compositor, o som da viola remete à cítara.
O disco traz ainda as músicas “Hello, goodbye”, When I’m 64”, She’s leaving home”, Can’t buy me love”, And I love her”, “Norwegian wood” e Ob-la-di, ob-la-da”. Todas as canções do álbum são de autoria da dupla John Lennon e Paul McCartney, com exceção de “If I needed someone” (George Harrison).
Antes de registrarem o trabalho, Neymar e Igor tocaram o repertório durante dois anos em bares e pequenas casas de shows, o que contribuiu para o amadurecimento do projeto. Na hora de gravar, precisaram de apenas dois dias na Gargolândia, estúdio instalado numa fazenda no interior paulista.
“Come Together Project” é um retrato intimista dos Beatles, feito por dois fãs que se apropriaram da obra de seus ídolos com devoção e criaram algo novo, capaz de surpreender até o mais aficionado beatlemaníaco.

Valiosa contribuição de Marcelino Lima
Recomendadíssimo !
Download
TERRA BRASILIS 
senha/password
terrabrasilis

MARCO PEREIRA E TONINHO FERRAGUTTI - COMUM DE DOIS


A comunhão musical de Toninho Ferragutti e Marco Pereira

Instrumentistas registram em disco encontro da sanfona com violão
 
O violão e o acordeão talvez sejam os instrumentos mais populares do Brasil. Ao longo de nossa história musical, foram marcantes na formação de gêneros e estilos, e ainda hoje continuam presentes de Norte a Sul do país. Marco Pereira e Toninho Ferragutti, dois dos principais representantes desses instrumentos, agora se unem para provar que, em dueto, o pinho e o fole permitem uma rica experiência artística. O resultado desse encontro está no CD Comum de Dois, lançado com o selo da gravadora Borandá.  
 
O projeto teve início em janeiro de 2013, quando os músicos foram convidados para participar da 31ª Oficina de Música de Curitiba. O curador do evento, Sérgio Albach, sugeriu que a dupla realizasse um concerto. A proposta acabou recolocando no palco amigos que há anos não tocavam juntos. No começo dos anos 1990, em São Paulo, Pereira e Ferragutti chegaram a formar um trio que tinha Swami Jr. no contrabaixo, porém o grupo se desfez logo depois que o violonista se mudou para o Rio de Janeiro. 
 
A escolha do repertório foi feita em parceria, numa seleção que valoriza os temas autorais. "Eu adaptei as músicas dele para meu instrumento e vice-versa", conta Ferragutti. As únicas exceções são Caymmi x Nazareth (com releituras de Dorival Caymmi e Ernesto Nazareth) e Mulher Rendeira(Zé do Norte), que já possuíam arranjos previamente escritos por Marco Pereira. O violonista aparece como autor de três músicas – Amigo Léo, Flor das águas Bate-coxa –, enquanto o acordeonista assina outras quatro: Flamenta, Victoria, Nova e Sanfonema. "Nós temos uma identidade musical parecida. O Toninho foi muito feliz na hora de batizar o disco. Cada um traz uma bagagem própria mas, na hora em que tocamos juntos, tiramos da mala aquilo que é comum dos dois", comenta Pereira.
 
Empolgados com o espetáculo de estreia, no Teatro da Reitoria da Universidade Federal do Paraná, os músicos deram continuidade ao trabalho numa série de concertos realizados no interior de São Paulo e na capital paulista. A receptividade das plateias surpreendeu os artistas por dois motivos."Em primeiro lugar, porque apenas duas músicas do repertório são mais conhecidas do grande público. Em segundo, porque, embora façamos música popular, utilizamos muitos fundamentos da linguagem erudita", afirma o acordeonista.
 
A pequena turnê serviu como preparativo para a gravação do disco, que foi produzido a partir de recursos do Programa de Ação Cultural do Estado de São Paulo (Proac). "Se a execução de Marco integra a mão direita de Baden Powell (1937-2000) à improvisação nervosa do bebop, Toninho parece somar as tradições sulistas e nordestinas do acordeão ao cool jazz de Miles Davis (1926-1991)", escreveu o violonista e crítico Sidney Molina, na Folha de S.Paulo, após concerto do duo na Sala do Conservatório, em São Paulo.
 
O violão e o acordeão são instrumentos completos – além de serem melódicos e harmônicos, possibilitam desenhos rítmicos bem variados. "O acordeão tem aquele resfolego marcante do fole, enquanto o violão traz uma força percussiva no jeito de tocar", define Pereira. Ao mesmo tempo, possuem características distintas que exigem dos músicos um cuidado especial para que o dueto seja bem sucedido. A intensidade sonora da sanfona, por exemplo, é muito maior que a do violão, mesmo quando este vem amplificado. Portanto, a busca pela dinâmica correta é tão importante quanto a fluência do andamento.
 
São esses desafios que deixam o diálogo musical ainda mais interessante. “Gosto muito do desenho rítmico que um prepara para o outro”, diz o acordeonista. É um dueto que permite a construção de uma harmonia densa com muitos contornos melódicos. "Unimos a linguagem da música erudita europeia, a improvisação do jazz e a articulação rítmico-melódica da música popular brasileira", esclarece o violonista.
 
Na definição do maestro Gil Jardim, "Pereira e Ferragutti são magos que colocam o violão, o acordeão e a alma a serviço das ideias musicais, das cores e matizes sem fronteiras, seja na música grafada ou no calor da música improvisada".

Se vc gostou adquiri o original, valorize a obra do artista.
Contribuição Marcelino Lima
 Download
TERRA BRASILIS


senha/password
terrabrasilis

ANDRÉ MEHMARI / NEYMAR DIAS / SÉRGIO REZE - AS ESTAÇÕES NA CANTAREIRA






Retornando ao formato consagrado de piano trio com o qual gravou os álbuns Lachrimae (pelo selo audiófilo Cavi) e Afetuoso (lançado somente no Japão pelo selo Celèste) , André Mehmari se junta a Neymar Dias (contrabaixo e viola caipira) e Sérgio Reze (bateria), para gravar como peça central a suíte inédita As Estações na Cantareira, em quatro movimentos, explorando amplos contrastes de afeto e dinâmica numa formação clássica porém de inesgotável riqueza.
Com sua faceta de multi instrumentista, Mehmari também toca outros instrumentos no CD, como Bandolim, Acordeom, Guitarra e Sinthetizador..
Contribuição Marcelino Lima
Se vc gostou adquiri o original, valorize a obra do artista.
Download
TERRA BRASILIS
senha/password
terrabrasilis

domingo, 15 de maio de 2016

NEYMAR DIAS - CAMINHO DE CASA

FOTO  MARCELINO LIMA


NEYMAR DIAS - CAMINHO DE CASA



O CD instrumental traz repertório autoral e arranjos de Neymar Dias.
 Nas obras presentes no disco, o universo caipira de raiz, sua primeira e principal influência, é retratado com muita propriedade através de musicas e arranjos que nos levam à uma viagem desde o contexto musical original do interior de certas regiões do Brasil, a proximidade com a musica folclórica, até releituras contemporâneas deste universo, passando a explorar as influências da musica moderna e contemporânea na viola caipira e nesse estilo musical.

Se vc gostou adquiri o original, valorize a obra do artista.
Catedrático !!!
Mais uma valiosa contribuição de Marcelino Lima.
Download
 TERRA BRASILIS
senha/password
terrabrasilis

sexta-feira, 13 de maio de 2016

NEYMAR DIAS - CAPIM


 

foto Marcelino Lima

Mais uma contribuição de Marcelino Lima para compartilhar com vcs uma boa musica regional.
*texto extraido do site barulhodeagua.com
Escrever sobre Neymar Dias nunca é demais e sempre será muito fácil e agradável por que, entre outros motivos,  as opções que ele dá para nos ajudar no dia a dia a contornar a mesmice e a caretice que impregnam a música comercial que insistem em nos impingir ouvidos abaixo é muito valiosa e está sempre se renovando. Arranjos elaborados com seriedade e esmero, que jamais são produzidos “sobre os joelhos”, mas só depois de muito estudo, pesquisas, audições e experimentações; composições que conforme ele mesmo “fogem do caricato” e vão do universo caipira ao clássico, costurando harmoniosamente desde intrincados acordes de pagodes de Tião Carreiro às cantatas mais marcantes de Bach, que soam muitas vezes despretensiosas e quase imperceptíveis, noutras de forma marcante como recurso incidental quando notas de Jesus Alegria dos Homens dialoga ao final da peça com  The Long And Winding Road, de Lennon e McCartney, última faixa do álbum The Come Together Project, que Neymar Dias lançou ano passado com Igor Pimenta (contrabaixo acústico), no qual regravou, tocando viola caipira, 13 canções famosas dos quatro reis do iê, iê, iê que convulsionaram o mundo a partir de Liverpool.
Recentemente, o blog (barulho de agua) elaborou como dica para amigos e seguidores curtirem uma lista, de A a Z, de músicas instrumentais de viola caipira. Seria muita pretensão afirmar que se tratam, aquelas músicas, das melhores e mais bonitas já tocadas em todos os tempos; a seleção, por sinal, reuniu apenas uma parte pequena de tantas que poderiam dela fazer parte, entre muitas do acervo do blog. Uma afirmação relativa àquele rol, porém, vamos bancar como indiscutível: entre elas está Chamamé Azul, composta e tocada por Neymar Dias, à qual dificilmente alguém não daria o título, principalmente depois da palavra de Inezita Barroso, que não se cansava de pedí-la a Neymar Dias, tamanha era a admiração da rainha da música caipira por esta composição que abre o disco Caminho de Casa.
Na definição do maestro Gil Jardim, autor do texto de apresentação na página virtual do músico que é uma das revelações também do Prêmio Syngenta de Música de Viola, “dá substância musical às suas composições com cores decididamente autorais. Naturalmente sua música revela também um forte traço antropofágico unindo gestos do universo da música sertaneja com gestos do universo metropolitano e cosmopolita; fundindo as poéticas de um Tião Carreiro e de um Ralph Towner na sonoridade das cordas duplas de sua viola”
Neymar Dias é filho de um compositor caipira, informa-nos Gil Jardim. Inicialmente autodidata, aperfeiçoou-se depois  em vários  instrumentos de cordas como viola caipira, guitarra, violão, baixo elétrico, guitarra havaiana e bandolim e estudou música, formando-se em composição e regência pela Faculdade de Artes Alcântara Machado (FAAM). Em Orquestras respeitadas como a Sinfônica da Universidade de São Paulo (Osusp) e a Experimental de Repertório sempre atuou tocando contrabaixo com excelência, tanto no estilo popular, quanto no erudito. Juntando as raízes com a formação acadêmica,  é dono de uma bagagem que consegue colocar em benefício do jazz à música erudita, com especial propriedade à música regional brasileira. Desta forma, sempre é destacado por sua profundidade e musicalidade ímpares.
“Neymar Dias a cada dia que passa faz sua viola soar mais intensa, mais atrevida, mais brilhante”, escreveu no encarte de Caminho de Casa o cantor Ivan Lins.”Faz parte de uma nova geração de músicos brasileiros que teimam em preservar o maravilhoso nome de nossa música mundo afora e, com a ajuda de uma mídia mais generosa e patriótica em seu próprio país, poderá contribuir ainda mais para que o nosso povo possa se encantar e culturalmente crescer com ela”, complementou o autor de Bandeira do Divino, com Vitor Martins.
O xará de Lins, Ivan Vilela, é uma sumidade quando a conversa é viola e música caipira e também admira Neymar Dias (cumprimentou-o fazendo o gesto de inclinar o tronco, abaixando a cabeça e estendendo às mãos em um encontro entre ambos presenciado pelo blogue, recentemente, na unidade Pinheiros do Sesc). “A viola tem sido recriada nas mãos de muitos e alguns jovens têm singrado águas mais profundas nessa crescente relação com o instrumento”, observa Ivan Vilela, destacando que Neymar Dias, no disco de estreia já apontava “caminhos novos na maneira como lida com o instrumento, quer seja na expansão impressa ao usar ritmos tradicionais ou na abordagem de novos temas, claro, criados por ele”.
Por conta de todos estes predicados, Neymar Dias  já trabalhou com importantes nomes do cenário musical brasileiro, em  diversos segmentos, incluindo Inezita Barroso, Roberta Miranda, Tinoco, Leonardo, Ivan Lins, Théo de Barros, Naná Vasconcellos e André Mehmari, entre outros. A discografia própria inclui Capim, Caminho de Casa e Intervalo, este com o Neymar Quarteto — grupo de 2004 cuja proposta de revelar o encontro de diferentes estilos musicais em um quarteto de cordas não convencional e entre outras consagrações já abriu diversos shows de grandes personalidades como Toquinho, Chico Buarque e Chico Cezar, bem como protagonizou espetáculos em importantes salas de concerto como a Sala São Paulo. Os arranjos e composições escritos para o quarteto são de Neymar Dias.
Outros destacados trabalhos de Neymar Dias, além do mencionado com Igor Pimenta, são Festa na Roça, que ele gravou em parceria com Toninho Ferragutti, e suas participações em O Tempo e o Branco, de Consuelo de Paula, a Árvore e o vento, de Tarita de Souza, o recente Casa Aberta, de Wilson Teixeira, mais Trilha Boiadeira, de Cláudio Lacerda, e As Estações na Cantareira, com André Mehmari e Sérgio Rezze, todos de 2015; Festa na roça concorreu ao Grammy Latino de 2014 na categoria de melhor álbum de Música Brasileira de Raiz. No final do ano passado Neymar Dias protagonizou concertos nos quais já apresenta composições do próximo disco, arrancando elogios e aplausos como os do maestro Nelson Ayres ao repertório erudito que contempla peças de Bach, Mozart e Villa-Lobos, além de suas próprias criações para viola solo, em algumas levando o instrumento caipira a explorar sonoridades que aproximam-se muito da do cravo (cujas cordas são beliscadas, e não percutidas como o piano), bastante utilizado atualmente na execução de peças dos séculos XVII e XVIII. 
Disco muito bom recomendo !!

Se vc gostou adquiri o original, valorize a obra do artista.
Download
TERRA BRASILIS 
senha/passaword
terrabrasilis