sábado, 31 de dezembro de 2016

30 ANOS ATRÁS - POP ROCK BRASIL 1986

O começo dos anos 80 não foi nada propício para o rock.

O que dominava era a MPB de FM, e apesar da relativa abertura política, a sombra da repressão e a censura desanimavam que tentava ser mais ousados.

O "som jovem" que rolava era o pop-rock de gente como Guilherme Arantes, Marina, Ney Matogrosso, 14 Bis, Eduardo Dusek, Baby Consuelo, Pepeu Gomes, A Cor do Som e Rádio Táxi.

Mas ainda assim a rapaziada queria que temas como amor, diversão, trabalho e família fossem tratados de forma mais clara.

Com o rock básico e os cabelos curtos e espetados da new wave, o Rock Brasil começa a se renovar no início da década.

Ligado nas novidades, o jornalista e discotecário Júlio Barroso fundou a Gang 90 & As Absurdetes, no Rio de Janeiro.

O estouro aconteceu no Festival Shell de MPB de 1981, quando tocaram "Perdidos na Selva", um reggae que fala de um acidente de avião com final feliz.

Era só uma mostra do que estaria por vir nos próximos anos. Seguindo os mesmo passos da Gang 90, o integrante do grupo de teatro carioca Asbrúbal Trouxe a Irreverência, Evandro Mesquita, junto com o baterista Lobão, tiveram a idéia de montar uma banda de rock teatral.

O nome da banda foi dado por Lobão: Blitz, já que eles sempre eram parados pelas batidas policiais.

A banda trouxe junto ao humor praieiro do grupo Asdrúbal um rock básico e uma dupla de belas vocalistas, Márcia Bulcão e Fernanda Abreu.

No verão de 1982 abriu na praia do Arpoador um espaço para shows: o Circo Voador, aonde a banda se apresentou inúmeras vezes.

Em junho do mesmo ano, a Blitz gravou um compacto com a música "Você Não Soube Me Amar", que vendeu 100 mil cópias em 3 meses.

Em setembro foi lançado o disco "As Aventuras da Blitz", o que transformou a banda em fenômeno nacional, mas um pouco depois do lançamento do disco, Lobão deixa a banda para lançar seu primeiro disco solo, "Cena de Cinema", aonde começa uma das mais importantes carreiras do rock brasileiro, de um artista sempre inconformista.

Ainda em 1982 apareceriam outros artistas de relevância do Rock Brasil, com o Eduardo Dusek com seu disco "Cantando no Banheiro", que contava com a participação de uma banda carioca que fazia um rock estilo anos 50 com muito bom humor: João Penca & Seus Miquinhos Amestrados, que tinha entre seus integrantes um excelente compositor, Léo Jaime, que escreveu o sucesso do disco, "Rock da Cachorra". João Penca seguiria depois sem Dusek e sem Léo Jaime, que fez uma carreira solo de sucesso. No mesmo ano ainda surgiria Lulu Santos, Barão Vermelho (que não foi tão bem acolhido na época) e a Rádio Fluminense, grande divulgadora das fitas e dos discos dos artistas do rock nacional. Paralelamente, em São Paulo, ocorria o festival "O Começo do Fim do Mundo", com bandas punk como Inocentes, Ratos de Porão, Cólera e Olho Seco. Em 1983, o rock já havia ganho seu espaço na Música Popular Brasileira (MPB), fazendo com que as gravadoras perdessem o medo de contratar bandas deste gênero. Foi lançado o disco "Rock Voador" (parceria do Circo Voador com a rádio Fluminense), que revelou o Kid Abelha e Seus Abóboras Selvagens.

Uma das bandas que tinha sua fita divulgada na rádio, Os Paralamas do Sucesso, gravaram um compacto que, com seu relativo sucesso, levou a gravar no fim do ano seu primeiro disco, "Cinema Mudo". Mas quem arrebentaria um sucesso naquele ano foi um inglês, chamado Ritchie, com a música "Menina Veneno", cujo compactoo vendeu mais de 800 mil cópias, levando o cantor a gravar um disco, Vôo de Coração, que vendeu mais de 1 milhão de cópias, batendo naquele ano até o grande recordista de vendas da gravadora, Roberto Carlos. O Rock Brasil ganhava respeito comercial. Fenômeno predominando o Rio de Janeiro, o rock começa a ferver também em São Paulo em 83. A cidade já estava sendo sacudida pelos punks e também pela música de vanguarda (Arrigo Barnabé, Premeditando o Breque, Língua de Trapo), revelou uma das grandes bandas do rock brasileiro: os Titãs, um octeto que misturava new-wave e tropicalismo com o rock e ficava cada vez mais popular.

Ainda tinha bandas do rock paulistano como Magazine (tendo Kid Vinil como um dos integrantes), o pós-punk Ira! e a irreverência do Ultraje a Rigor. 1984 foi o ano de grandes lançamentos em disco. "Titãs" (seu primeiro disco), "Seu Espião" (estréia do Kid Abelha), "O Passo do Lui" (segundo disco dos Paralamas), "Tudo Azul" (Lulu Santos), "Ronaldo Foi Pra Guerra" (Lobão), "Maior Abandonado" (último disco do Barão com o vocalista Cazuza) e "Phodas 'C'" (Léo Jaime).

As bandas cada vez mais apareciam em programas de auditório na TV e até no cinema, com o filme "Bete Balanço", com música-tema do Barão Vermelho. Se até então o Rock Brasil tinha uma cara romântica e idealista, iria mudar apartir de janeiro de 1985, graças a um evento: o Rock In Rio 10 dias de muito som num terreno na Barra da Tijuca, no maior concerto de rock de todos os tempos, com um público aproximado de 1 milhão e meio de pessoas. Ao lado de grandes nomes da música mundial da época, como Queen, Iron Maiden, Ozzy Osbourne, Scorpions, Yes, AC/DC, entre outros, estavam artistas consgrados da MPB e a nova rapaziada: Blitz, Barão Vermelho, Os Paralamas do Sucesso, Lulu Santos e Kid Abelha. No maior palco de suas carreiras iniciantes, as bandas não tremeram na base. O resultado foi que o rock entrou de vez na música brasileira, as bandas internacionais incluíram o Brasil em suas turnês e os nossos roqueiros aprenderam muito com verdadeiros profissionais da música. O jovem público viu as bandas nacionais fazerem bonito junto aos ídolos estrangeiros e ainda presenciaram a eleição de Tancredo Neves como o primeiro presidente civil do país desde o golpe militar de 1964. O Rock Brasil emergiu desde então, com um jeito ousado, contestador e geograficamente disperso. De São Paulo apareceu dois dos maiores êxitos comerciais do ano. Um deles, "Nós Vamos Invadir Sua Praia", álbum de estréia do Ultraje a Rigor, que tinha a música "Inútil", que foi tocada pelos Paralamas no Rock In Rio e comentada pelo senhor Diretas Já Ulysses Guimarães, causou um certo comentário sobre sua letra. Quase todas as músicas foram sucesso no rádio.

O outro êxito foi o RPM, com a música "Louras Geladas" estourada nas rádios, lançou o disco "Revoluções Por Minuto", que teve várias outras faixas de sucesso. O empresário Manoel Poladian foi responsável por uma super produção para a banda: o show "Rádio Pirata". Nunca se havia visto nada igual no Brasil: efeitos de raio laser, gelo seco e sofisticado equipamento de som. O show percorreu o Brasil, aumentando cada vez mais a popularidade do grupo, que foi forçado pela gravadora a gravar um álbum ao vivo, com a versão de "London, London" (de Caetano Veloso) que já começava a tocar nas rádios. Lançado em 1986, "Rádio Pirata Ao Vivo", tornou-se o recordista de venda de todos os gêneros no Brasil: 2,2 milhões de cópias. Em pouco tempo, com toda a pressão de sua popularidade e o uso abusivo de drogas, o grupo gravou mais 1 álbum e acabou sem muito alarde em 1989. Em 1º de Janeiro de 1985, uma banda de Brasília lançava seu disco de estréia - um disco que marcaria a história do nosso rock. Legião Urbana mostrava ao país a poesia de Renato Russo, em letras que mostrava os anseios, medos e reivindicações de uma geração.

Conhecida pela música Química (que os amigos Paralamas gravaram em seu primeiro álbum), a Legião ganhou o público com aquele disco cheio de energia rock´n´roll e sentimentos à flor da pele. Era a primeira das bandas de Brasília influenciada pelo punk-rock, que tomariam conta da mídia. As outras foram Capital Inicial e a Plebe Rude. Também de origem punk e fora do eixo Rio-São Paulo, os baianos do Camisa de Vênus, liderada por Marcelo Nova, apareceriam em 1985. Depois de um álbum sem repercussão, ganharam seu lugar com o som "Eu Não Matei Joana D´arc". Depois disto o país chegou a conhecer outras músicas como "Bete Morreu" e o "Adventistas", de seu álbum anterior. Em São Paulo, os ecos do punk seriam responsáveis por uma outra banda de talento a aparecer, com seu álbum de estréia, Mudança de Comportamento: o Ira!, do guitarrista Edgard Scandurra (um dos melhores do Brasil até hoje) e o vocalista Nasi.

Enquato isso o underground paulistano fervia, com bandas inspiradas no pop-rock inglês.


Luiz Calanca lançou neste mesmo ano o selo Baratos Afins, que lançou os discos de todo esse underground paulistano, antecipando em pelo menos 10 anos a realidade dos pequenos selos que ajudaram a fazer o rock alternativo um fenômeno. No Rio de Janeiro, houve uma separação no Barão Vermelho, saindo Cazuza para sua bem sucedida carreira solo, e o guitarrista Roberto Frejat assumindo os vocais.

Tivemos ainda no Rio o lançamento de excelentes disco. "Sessão da Tarde", de Léo Jaime, que voltava ao rock dos anos 50 e à Jovem Guarda; "Educação Sentimental", segundo disco do Kid Abelha e no fim do ano o disco-solo de Cazuza. 1986 foi o ano da consolidação artística e da fartura de lançamentos. Graças ao Plano Cruzado e a explosão de consumo que ele causou, as gravadoras contratavam qualquer banda que cheirasse a rock. A coletânea "Rock Grande do Sul", só com bandas de Porto Alegre revelou os Engenheiros do Hawaii, que no mesmo ano lançou seu disco de estréia com o irônico título "Longe Demais das Capitais". E com a música "Surfista Calhorda", Os Replicantes com influência punk-hardcore, lançaram seu disco: "O Futuro é Vortex". Também estrearam naquele ano os cariocas do Biquíni Cavadão ("Cidades em Torrente"), a Plebe Rude ("O Concreto Já Rachou"), Capital Inicial ("Capital Inicial") e os Inocentes ("Pânico em SP", primeiro disco do punk brasileiro a sair por uma grande gravadora).

Três álbuns marcaram naquele ano o Rock Brasil até hoje. Com "Selvagem?", os Paralamas fizeram uma ousada conexão Brasil-Jamaica-Inglaterra-África via música negra. "Dois", disco da Legião revelou-se mais lírico e acústico, com faixas que até hoje fazem a história da banda. Finalmente, "Cabeça Dinossauro", dos Titãs (que recentemente foi considerado o melhor disco do Rock Brasil), que deram uma guinada punk em sua música, que mais pareceria um risco, mas que deu bons resultados artisticos e comerciais para a banda. A boa fase do rock nacional continuaria em 1987, com a explosão de Lobão (com o LP "Vida Bandida") e outros álbuns. "A Revolta dos Dândis" (Engenheiros), "Jesus Não Tem Dentes no País dos Banguelas" (Titãs), "Que País é Este" (Legião) e "Sexo!" (Ultraje a Rigor). Houve a surpresa com o aparecimento do carioca Fausto Fawcett e seus Robos Efêmeros, com "Kátia Flavia". Outra surpresa foi o selo Plug, da RCA, que apostou em discos de novíssimos nomes do rock brasileiro que não faziam nada parecido com as outras bandas.

Estrearam os cariocas Picassos Falsos e Hojerizah, o paulistano Violeta de Outono, os gaúchos do De Falla, TNT e o Nenhum de Nós, entre outros. Das raras exceções que deram certo, está o Nenhum de Nós, que estourou com a música "Camila, Camila", e depois em 1989, com "O Astronauta de Mármore", versão de "Starman" de David Bowie. De 1988 em diante, o Rock Brasil passa por um período de baixa, com as bandas com dificuldades para recuperar as baixas vendagens e execução. Mas mesmo assim, existe discos clássicos desta época. "Ideologia", de Cazuza, que já luta contra a Aids, e aos 16 anos de idade, Ed Motta chega com pinta de veterano, injetando soul no rock nacional, com seu disco de estréia com a Conexão Japeri. A Legião experimentou um sucesso estrondoso com "Faroeste Caboclo" naquele ano, mas viu o inverso da moeda num show em 18 de junho, no Estádio Mané Garrincha, em Brasília. Confusão total, com Renato Russo sendo atacado por um fã no palco e a polícia descendo o pau na platéia, que saiu revoltado do show(que foi interrompido).

O incidente bateu forte na Legião que ainda teve a perda do baixista Negrete, que deixou a banda, mas mesmo assim, em 1989, finalizou seu quarto disco, "As Quatro Estações", com a maior vendagem em disco da banda e a maior nos últimos anos do Rock Brasil. Em 7 julho de 1989, o clima era de luto: Cazuza havia morrido e em 21 de agosto do mesmo ano, morreria Raul Seixas. Era o fim de uma era do Rock Brasil.
Para completar no ano de 96 morreria o maior ícone do rock Brasil o poeta do rock Renato Russo, o Rock nacional nunca seria o mesmo, quem viveu esta geração sabe muito bem do que se trata, basta sintonizar alguma estação de rádio neste momento ou assistir os canais de televisão no final de semana!!!!!


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sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

DINHO OURO PRETO - BLACK HEART

Depois do grande sucesso da postagem da Legião Urbana Sinfônico, alguns seguidores pediram para postar mais álbuns do pop rock Brasil anos 80 (a era dourada do rock brasileiro) tenho um respeitado e raro arquivo em mp3, fitas e vinis  desta época que na juventude gastava quase todo salário para compra de vinis (que era caro na época) que mais tarde seria raridades.
A 30 anos eu comprei o primeiro disco do Capital Inicial (excelente) com as rádios estourando de tanto tocar "musica urbana" depois em 1987 comprei o segundo "independência" .
Dinho ouro preto cantava muito, digo que cantava porque hoje ele não canta nem a metade da epoca.
Nos anos 80 as bandas eram outra conversa tinham ótimos vocais letras e arranjos, o que hoje é raro.
Dinho desaprendeu a cantar esticando os vocais e se tornando um cara soberbo e depois de velho, mascarado, um purgante.
Em 2012 lança seu 3º disco solo, com covers de clássicos do rock .
Tem Joy Division, Leonard Cohen , Elvis entre outros.
Fico em cima do muro para avaliar o disco porque são clássicos do rock  e covers tem que ter qualidade de sobra.
Para Fernanda de São Jose dos Campos - SP que pediu a postagem taí.

Se vc gostar compre o original, valorize a obra do artista.
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quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

OSWALDO MONTENEGRO - (A PEDIDO)





Nascido no bairro do Grajaú, Oswaldo é um caso excepcional de precocidade musical. Sem nunca ter estudado música regularmente, começou desde a tenra infância a ser influenciado por ela. Primeiro, na casa de seus pais no Rio de Janeiro: sua mãe e os pais dela tocavam piano, seu pai tocava violão e cantava.
A segunda influência foi mais forte. Aos oito anos, mudou-se, com os pais, para São João del-Rei, cidade mineira poética e boêmia, onde as serestas aconteciam todas as noites e as pessoas juntavam os amigos em casa para passar as noites tocando e cantando. Ao mesmo tempo, Oswaldo foi atraído para a música barroca das igrejas. Nesta época, teve aulas de violão com um dos seresteiros da cidade e compôs sua primeira canção, Lenheiro, nome do rio que banha São João del-Rei. Venceu um festival de música com apenas 13 anos, no Rio de Janeiro, onde voltou a morar.
A decisão de se tornar um músico profissional veio com a mudança para Brasília, em 1971. Na capital federal, começou a ter contato com festivais e grupos de teatro e de dança estudantis. Fez seus primeiros shows e aos 17 anos a decisão de viver da música se tornou definitiva. Mudou-se novamente para o Rio, mas já havia adotado Brasília como a terra de seu coração e tema constante de sua obra. Também seus parceiros preferidos foram amigos que fez ali, como José Alexandre, Mongol e Madalena Salles, entre outros.
Foi ainda em Brasília que tomou contato com a música erudita nos concertos do Teatro Nacional. Não só assiste aos concertos com seus amigos músicos, entre eles o maestro Otávio Maul e a família Prista Tavares, mas entra pelas madrugadas conversando sobre técnica e teoria musicais. Autodidata, devora livros sobre história da música.
A partir daí, morando no Rio mas com os olhos e o coração postos em Brasília, sua carreira deslancha. Tem música classificada no último Festival da Canção da Rede Globo, o primeiro de repercussão nacional de que participa (1972), escreve e encena seu primeiro musical (1974-1975), lança três discos em três anos (1975-8) e vence festival na TV Tupi com seu primeiro megassucesso, Bandolins (1979).
Em 1980, participa em, e vence, o Festival MPB 80 da Rede Globo de Televisão com a canção Agonia, do amigo de infância Mongol. Mesmo com tanto sucesso, decide retornar a Brasília para montar em 1982, outro espetáculo musical, Veja Você, Brasília, com artistas locais. Deste espetáculo participam as ainda desconhecidas Cássia Eller e Zélia Duncan. Depois desta, viriam outras peças de teatro musical, uma particularidade bem marcante na trajetória de um músico brasileiro e que resgata uma maneira de divulgar música abandonada na primeira metade do século 20. São mais de 14 peças musicais, todas recorde de público e algumas, como "Noturno", "A Dança dos Signos" e "Aldeia dos Ventos", estão em cartaz há mais de 15 anos e com montagens por todo o país.
Em 1985, participa do Festival dos Festivais, também pela Rede Globo, com a música O Condor, com acompanhamento de um coro de 25 cantores negros. Não para de gravar discos. Até 2006, são 34. Composições suas são interpretadas por Ney Matogrosso, Sandra de Sá, Paulinho Moska, Zé Ramalho, Alceu Valença, Zizi Possi, Zélia Duncan, Jorge Vercilo, Altemar Dutra, Gonzaguinha, Sivuca, Tânia Maya, entre outros. Até a atriz Glória Pires cantou em participação especial de um disco seu (1985).
Em 1994, Oswaldo lança seu primeiro livro — O Vale Encantado — um livro infantil, no mesmo ano indicado pelo MEC, através da Universidade de Brasília, para ser adotado nas escolas de 1º grau. Em 1997, adapta o livro para vídeo.
Em 1995 lança o cd "Aos Filhos do Hippies" com participação de Carlos Vereza e Geraldo Azevedo.
Em 1997, Oswaldo reencontra Roberto Menescal. Durante a conversa, surge o tema "letras de músicas da MPB que são verdadeiros poemas". Daí vem à ideia do CD "Letras Brasileiras". Menescal produz o CD, que é lançado no mesmo ano, e participa da tournée do show. Ainda em 97 grava e lança o vídeo "O Vale Encantado", que conta no elenco com a participação de Zico, Roberto Menescal, Fafy Siqueira, Luísa Parente, Tânia Maya e Madalena Salles. É lançado, também, o CD do mesmo nome. Lança, também, nesse mesmo ano, o CD do espetáculo "Noturno", pela Tai Consultoria em Talentos Humanos e Qualidade.
Em 1998 recebe o título de cidadão honorário de Brasília, concedido pela Câmara Legislativa do DF. Nesse mesmo ano, Oswaldo volta às montagens teatrais. Monta novamente "Léo e Bia", numa versão mais madura e coerente com a postura que ele tem, atualmente, daquela história. Grava o CD homônimo, também com Menescal. Monta, ainda, com elenco de Brasília, a 2ª versão de "A Aldeia dos Ventos".
Em 1999, apresenta três espetáculos, no Teatro de Arena, no Rio de Janeiro: "Léo e Bia", "A Dança dos Signos" e o inédito "A Lista" com a participação da atriz Bárbara Borges e do cantor Rafael Greyck, lançando, nessa temporada, os CDs dos 2 últimos.
Em 2000, comemora os 20 anos de carreira com o show "Vinte Anos de Histórias" e com os CDs "Letras Brasileiras ao Vivo" e "Escondido no Tempo". Dedica-se, também, à série "Só Pra Colecionadores", de CDs independentes, de tiragem limitadíssima, vendidos apenas via internet. Neste ano seus fãs criam seu primeiro fã-clube virtual, o OMOL (Oswaldo Montenegro online), onde admiradores de seu trabalho, através de um site na internet e posteriormente no ORKUT, se reúnem para conversar e interagir sobre sua obra e sobre a obra de artistas que com ele trabalharam. Em Florianópolis monta o musical Lendas da Ilha com mais 50 artistas locais entre eles Paulinho Dias e Cleiton Profeta do Circus Musicalis.
Em 2001 monta em SP a peça “A Lista” com a participação de Bruna di Tullio e Mayara Magri no elenco.
Em 2002 lança o CD “Estrada Nova”, cuja turnê bate recorde de público. Neste cd são gravadas novas músicas em parceria com Mongol.
Em 2003 regrava a uma nova trilha de “A Aldeia dos Ventos”.
Em 2004 lança o CD “Letras Brasileiras 2”, em parceria com Roberto Menescal, além do programa “Tipos”, no Canal Brasil, no qual retrata com músicas, textos e desenho animado, tipos humanos como a bailarina gorda, o chato, etc...
Em 2005 lança CD e DVD “Oswaldo Montenegro - 25 Anos de História”, que alcançam, ambos, a marca das 100 mil cópias.
Em 2006 lança, no Canal Brasil, em parceira com Roberto Menescal, o programa "Letras Brasileiras", apresentado por ambos. O programa foi inspirado no CD e no show que Oswaldo e Menescal apresentaram em 1997 por todo o país. Monta no Rio de Janeiro a peça "Tipos" e remonta Aldeia dos Ventos, com participação da atriz Camila Rodrigues, com a "Cia Aqui entre nós".
Em 2007, lança o CD e DVD "A Partir de Agora", gravando músicas inéditas com convidados como Alceu Valença, Zé Ramalho, Diogo Guanabara e Mariana Rios. Na TV, inicia a segunda temporada do programa "Letras Brasileiras" ao lado de Roberto Menescal no Canal Brasil. No teatro, em parceria com o irmão Deto Montenegro, monta o espetáculo "Tipos" junto com a Oficina dos Menestréis de São Paulo.
Em 2008 lança, pela gravadora Som Livre, um novo DVD e CD chamado "Intimidade". Estes trazem 16 canções bastantes conhecidas com um novo arranjo elaborado pelo próprio Montenegro, por Sérgio Chiavazzoli e por Alexandre Meu Rei. Destaque para "Lume de Estrelas" que foi apenas gravada no disco "Asa de Luz" em 1981. Na TV, inicia a terceira temporada do programa "Letras Brasileiras", que apresenta com Roberto Menescal no Canal Brasil. No teatro, monta no Rio de Janeiro o espetáculo "Eu não moro, comemoro", com participação de Caio Ruas Miranda e Emílio Dantas e o "Projeto Canjas", onde abre espaço para jovens talentos se apresentarem ao lado de artistas consagrados. No fim do ano, tem alguns de seus maiores sucessos lançados em uma coletânea de 3 cds (3 BOX) pela Warner Music.
Em 2009 se dedica a formação de um grupo para montagens de musicais reunindo cantores, músicos, atores e atrizes como Verônica Bonfim, Léo Pinheiro, Rodrigo Sestrem, Emílio Dantas, Cibelle Hespanhol, Luísa Pitta, Renato Luciano, Larissa Landim e Shirlene Paixão, e estreia o musical "Filhos do Brasil" no Teatro do Jockey (RJ). Grava em São Paulo seu terceiro DVD: "Quebra Cabeça elétrico", lançado em outubro.
Em 2010 estreia no Festival de Recife seu longa-metragem "Léo e Bia" e lança o cd "Canções de Amor".
Em 2011 lança "De Passagem", um disco apenas com músicas inéditas, que é sucesso de críticas.
Em 2012 lança o CD/DVD "Oswaldo Montenegro e CIA Mulungo", com a trilha sonora do espetáculo teatral "Filhos do Brasil". Também em 2012, a gravadora Warner Music publica um DVD intitulado "Ensaio" gravado em 1992, juntamente com Sérgio Chiavazzoli.
Lança em 2013 um programa no Youtube denominado "Canção Nua" onde apresenta suas canções conforme foram compostas: voz e violão. Também no mesmo ano apresenta seu segundo filme, um longa metragem intitulado "Solidões", assim como a trilha sonora do mesmo que é comercializado pelo Itunes.
Em 2014 estreia em Natal (RN) sua turnê 3x4, além da gravação de um DVD na casa de Madalena Salles sob o título da turnê.
No dia 4 de janeiro de 2016 estreia "Nossas Histórias": websérie em que Madalena Salles conta casos de sua parceria de mais de 40 anos com Oswaldo Montenegro. No mês de março do mesmo ano, Oswaldo Montenegro lança em seu canal oficial do YouTube seu novo filme: "O Perfume da Memória". A trilha sonora do filme vence o prêmio de Melhor Música no Festival Internacional de Toronto.

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CANÇÕES DE AMOR

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25 ANOS AO VIVO

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CANTO UMA CANÇÃO BONITA
*A capa foi extraída da discografia para ilustrar a coletânea do terra brasilis a qual escolhi canções antigas,  novas e raridades  também covers de Zé Ramalho, Alceu Valença, Almir Sater, Tulio Mourão.
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domingo, 25 de dezembro de 2016

VOZES BUGRAS - FOLIA


O grupo Vozes Bugras, criado em 2002, tem como norte da sua pesquisa de repertório a valorização de canções, contos, ritos, mitos e lendas que remetem à identidade mestiça brasileira, num delicado trabalho onde busca renovar a cada apresentação o sentido de rituais ancestrais, celebrando a riqueza e a diversidade de nossas raízes culturais, e promover a reflexão sobre o sagrado e o feminino no nosso legado cultural.
O grupo Vozes Bugras homenageia Inezita Barroso, Ely Camargo, Dércio Marques e Marcus Pereira, e traz em seu segundo cd, pastoris, lapinhas, folias de reis, bois, lendas, festejos enraizados na religiosidade e nos ritos, frutos do encontro de culturas que se deu nas origens do natal no Brasil.
ALQUIMIA SONORA Além das Vozes Bugras de Anabel Andrés, Anunciação Rosa, Cássia Maria, Célia Gomes, Lucimara Bispo, Tiane Tessaroto e Ully Costa, neste projeto contamos com algumas participações muito especiais: A matuta viola de Ricardo Vignini, a doçura e a força da rabeca e da voz de Kátya Teixeira, o canto catártico das Caixeiras do Divino da Família Menezes do Maranhão, a alegria das flautas em dia de festa de Lourdes Carvalho, a delicadeza do violão de Mário Gil, o som envolvente do contrabaixo de Ithamar Pereira, a cativante sanfona do querido e barbatuqueiro Maurício Maas, e ainda a delicada participação de Luiza Viegas, Giliane Queiroz e Cláudia Ávila numa doce história estelar. Alquimia sonora para transformar o ano todo em tempo de folia!

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domingo, 18 de dezembro de 2016

FAGNER E ZE RAMALHO AO VIVO


'Fagner & Zé Ramalho - Ao Vivo”, é uma parceria de dois grandes artistas consagrados da música brasileira, contemporâneos e nordestinos, que pela primeira vez dividem juntos um álbum ao vivo! Um encontro histórico e dos mais esperados pela imprensa e público em um DVD especial que contém 16 faixas com os grandes sucessos dos artistas (“chão de giz”, “revelação” e “mucuripe”) e uma faixa inédita “canção da floresta”, música do pernambucano Sebastião Dias. Parte da apresentação é acústica, guiada pelos violões de ambos, e parte com banda. O riquíssimo projeto foi gravado no Theatro Net Rio, onde ambos despontaram para o sucesso no início da carreira.


1. Dois Querer
2. Asa Partida
3. Pelo Vinho E Pelo Pão
4. Mucuripe
5. Noturno (Coração Alado)
6. Chão De Giz
7. Romance No Deserto (Romance In Durango)
8. A Terceira Lâmina
9. Canção Da Floresta
10. Jura Secreta / Revelação
11. Fanatismo
12. Garoto De Aluguel
13. Eternas Ondas
14. Kamikaze
15. Pedras Que Cantam
16. Admirável Gado Novo

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sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

ZE RAMALHO VOZ E VIOLÃO 40 ANOS DE MUSICA


Dando início à celebração de seus 40 anos de carreira, Zé Ramalho entrou em estúdio e regravou 22 clássicos de seu repertório. Pela primeira vez em voz e violão, as canções espalham-se em viscerais registros que permitem um contato mais íntimo com as obras, e também com o artista. Este box oferece 2 CDs contendo a revisitação integral em quase 2 horas de música; 1 DVD com filmagens ao vivo no estúdio, enquanto o artista gravava algumas das faixas deste projeto - com destaque para os closes que permitem aprender a tocar as canções; 1 CD exclusivo contendo 12 gravações de voz e violão que Zé Ramalho registrou há anos, quando esboçou um projeto pensando nos 20 anos de carreira.

CD 1 - Voz e violão
01. Avôhai
02. Chão de giz
03. Vila do sossego
04. A terceira lâmina
05. Eternas ondas
06. Táxi lunar
07. Frevo mulher
08. Admirável gado novo
09. Canção agalopada
10. Pepitas de fogo
11. Força verde

CD 2 - Voz e violão
01. Mulher nova, bonita e carinhosa faz o homem gemer sem sentir dor
02. Galope razante
03. Kryptônia
04. Garoto de aluguel 
05. Banquete de signos
06. Entre a serpente e a estrela (amarillo by morning) 
07. Sinônimos
08. Mistérios da meia-noite 
09. Jardim das acácias
10. Beira-mar
11. Batendo na porta do céu (Knocking on Heaven's Door)

CD 3 - Voz e violão 1996
01. Avôhai
02. Chão de giz
03. A terceira lâmina
04. Eternas ondas
05. Jardim das acácias
06. Frevo mulher
07. Garoto de aluguel
08. Vila do sossego
09. Abc do sertão
10. O trem das sete
11. Medo da chuva
12. Batendo na porta do céu (knockin' on heaven's door)
 
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voz e violão 40 anos
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voz e violão 1996
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quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

O GRANDE ENCONTRO - 20 ANOS (EXCLUS. TERRA BRASILIS)



O CD/DVD “Grande Encontro: 20 anos – Alceu, Elba e Geraldo” chegou às lojas e plataformas digitais no dia 9 de dezembro, e está disponível para venda no iTunes e Google Play. O produto traz o registro da turnê de Alceu Valença, Elba Ramalho e Geraldo Azevedo pelo Brasil em comemoração aos 20 anos do primeiro “Grande Encontro” deles, em 1996. O repertório do show mostra músicas clássicas dos nordestinos, como “Anunciação” e “Táxi Lunar”, além das inéditas “Só Depois de Muito Amor” e “Ciranda da Traição”.
Ze Ramalho não fez parte desse novo projeto por esta trabalhando na divulgação de seu novo trabalho Ze Ramalho 40 anos, mas que deseja muito sucesso a nova empreitada de seus colegas.
A venda do produto chega junto ao lançamento das faixas “Cabelo no Pente”, “Sétimo Céu” e “Sangrando”, além de “Me Dá Um Beijo”, faixa que aparece pela primeira vez na voz do trio.
“Grande Encontro: 20 anos” chegará às lojas nos formatos CD simples, com 15 faixas, DVD simples e também como um kit CD duplo, com todo o repertório, e DVD. A direção do vídeo foi de Bruno Murtinho.
A turnê de três dos maiores nomes da Música Popular Brasileira já passou por locais como Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, João Pessoa e Uberlândia e segue em curso. Recentemente foi confirmado que o Grande Encontro será responsável pelo principal show do Réveillon 2016/2017 de Copacabana.

O meu já esta na mão, ripei do DVD e acaba de sair do forno para vocês desfrutar este final de ano com o melhor da turma do nordeste.
MAGNIFICO !!!
Se vc gostar adquiri o original (vale a pena) valorize a obra do artista.
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segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

CHICO AAFA - DISCOGRAFIA (repost a pedidos)




Cantor e compositor, Franisco Aafa nasceu em Teresina-PI, emigrou para Goiás ainda criança. Em 1978, após estudar teoria musical no Instituto de Artes da Universidade Federal de Goiás, começou sua carreira artística fazendo apresentações musicais em casas noturnas, teatros e clubes; e nos festivais de música que participou percorrendo o Brasil representando o Estado de Goiás, conquistando o primeiro lugar na maioria deles, além de outras colocações, como: melhor letra, melhor música, melhor arranjo, melhor intérprete. Participando ainda de programas televisivos locais, regionais e em rede nacional.
A deficiência visual não impediu que fosse autodidata como instrumentista tocando acordeon ainda criança.
Atualmente se apresenta em espaços e projetos culturais por todo o país divulgando o CD: “CHUVA DAS FLORES”; disco este que traz a vertente mais romântica de Aafa, sem perder de vista a exaltação à natureza, evidenciando a necessidade latente de proteção do meio ambiente buscando a preservação do planeta.
Depois de gravar vários discos, em 2011, Aafa marcou sua carreira com a produção do seu primeiro DVD que leva toda a “essência” do seu trabalho. “SERTANA CANTARES” é o nome do DVD, título dado pelo compositor Elomar, já que, exceto uma música, todo o repertório é de canções de Elomar. Com direção musical e arranjos do Maestro João Omar de Carvalho Mello, o roteiro foi classificado dentro de um conteúdo que reflete a temática medieval/sertânica.
Em 2010 gravou o CD: “POR ONDE EU FOR”, este com uma faixa especial presente do amigo Juraildes da Cruz.
Em 2008 foi a vez do CD: “CIO DAS ÁGUAS”.
Em 2006 Aafa participou do Projeto Pixinguinha viajando pelo sudeste, norte e nordeste do país.
Ainda em 2006 Aafa produziu o CD “CANTAM EM SI AS CIGARRAS”; dando inicio ao registro das canções autorais premiadas nos festivais que participou. São canções inéditas, com temas que evocam os costumes regionais e o amor pela natureza, com destaque para ritmos e estilos musicais populares, sem perder, contudo, a universalidade da música erudita.
Em maio de 2004 produziu o CD: “CANTADA DO SERTANEZ DE ELOMAR”, interpretando 12 canções do cancioneiro Elomariano.
Sua experiência com disco vem da era do vinil, com a produção de um compacto duplo e a participação em vários discos de festivais...

CANTADA DO SERTANEZ DE ELOMAR
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CANTAM EM SI AS CIGARRAS
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CIO DAS ÁGUAS
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POR ONDE EU FOR
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sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

SÉRGIO DÍ RAMOS - COM AS MÃOS

  Enquanto a grande mídia insiste em nos empurrar uma música plastificada, intragável, insossa, amarga e sem conteúdo, nos rincões desse Brasil sempre tem alguém fazendo uma música doce, com temperos finos, que faz bem para o corpo e para a alma, como faz a música deste baiano de Itabuna, Sérgio Di Ramos, que está lançando seu sexto álbum, intitulado “Com as mãos”, produzido por ele próprio, em parceria com Charles Williams. O CD conta com 11 faixas, sendo 10 assinadas pelo artista e uma em parceria com o poeta e escritor baiano Aleilton Fonseca, chamada “Ladeira do Outeiro”. O disco tem o selo de qualidade da gravadora e editora Kuarup.
Sérgio é um artesão no sentido profundo da palavra. Ele produz suas canções, seus livros, violões, seus quadros, literalmente com “As mãos”, titulo do sexto filho musical. Orgânico álbum que permite mostrar que o artista exala do cotidiano a poesia viva, que caminha junto com a melodia extraída de dentro, onde mora a canção no íntimo do seu ser.  

O artista nos contempla com um vocabulário rico, permitindo adentrar a alma da palavra e tirar o sumo de seu significado. Um piano dá as boas-vindas na primeira canção “Última Selfe”. O tema noticia bem a moda das “Selfes”, que nos retratam momentos, e nunca a alma deles. A música “Com as mãos”, que dá título ao CD, é um gostoso samba-canção, com o qual o poeta define as funções das mãos. Numa das canções mais profundas do álbum, o artista, com uma poesia triste, denuncia e, ao mesmo tempo, alerta sobre a morte diária do velho rio “São Francisco”, que durante décadas foi o grande braço eleitoreiro do Nordeste. Triste realidade para as comunidades ribeirinhas que vivem do rio.

Como escrevi, a música que o poeta baiano veste é orgânica: Na quarta faixa “Erosão”, o tempo e o que tem dentro dele são tratados de forma única, ímpar. O Sérgio também é um grande pintor: suas telas são belos poemas pintados, enquadrados de emoção. Em “Cavalete de Cristal”, o artista pinta seu autorretrato. Nas cidades interioranas eram frequentes o uso dos sinos de suas igrejas e catedrais para anunciar as horas, suas festas, seus casamentos e funerais, aqui o artista canta seu “Sino Senhorio”. Fazia tempo que não ouvia a expressão “Tengo, Tengo”, imortalizada por Luiz Gonzaga na música “Morte do Vaqueiro”. Sérgio canta “Tengo, Tengo é o Trem”. Descreve as idas e vindas no metrô de Salvador. Usando metáforas, o artista canta a bela “Espantalho”. Um autêntico arrasta-pé ouviremos em “Aboio de Março”: flauta e acordeom, voz e uma vontade arretada de dançar numa sala de reboco. Uma cantiga se ouve em “Casamento da Raposa”, nela o artista tem a companhia finíssima do Cello de Shmidt.

Última canção do disco, “Ladeira do Outeiro”, o artista a veste com sua melodia, o poema é recheado de lembranças de outrora, do tempo de criança do poeta Aleilton Fonseca.

Sérgio Di Ramos é esse caixeiro-viajante, menestrel das canções, poeta de imagens e luthier de emoções, que a cada trabalho se entrega de corpo e alma, e quem ganha somos nós.
 





WILSON TEIXEIRA - CASA ABERTA


Depois do ótimo disco "Almanaque rural" (já postado aqui no blog) o violeiro de Avaré - SP apresenta seu segundo trabalho com  belíssimas canções em "casa aberta".
Considerado um dos mais importantes violeiros da nova geração, Wilson Teixeira lança seu segundo álbum Casa Aberta. Com influência da música caipira, da MPB e do folk, o CD tem dez faixas, das quais Wilson Teixeira assina oito. Com destaque para Rei da Alegria (parceria com Evandro Camperom), Asas e Raízes (parceria com Guilherme Cruz), Buriti (com Chico Lobo) e a regravação de Nas Manhãs do Sul do Mundo, de Daniel Lucena. Wilson Teixeira assina também a produção do álbum que teve participações de Neymar Dias e Toninho Ferragutti.

Se vc gostou adquiri o original, valorize a obra do artista.
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