José Alexandre Gomes Coelho da Rocha e Silva nasceu a 14 de
agosto de 1957, em São Cristóvão, Rio de Janeiro. Caçula de uma família
de quatro filhas, seu pai, o oficial do Exército Waldemar Coelho da
Rocha e Silva, era calculista de concreto armado e a mãe, Conceição
Gomes Coelho da Rocha e Silva, é dona de casa. A mãe chegou a cantar no
rádio, no então famoso programa de calouros de Ari Barroso. Com um ano
de idade, Zé Alexandre se mudou com a família, para Brasília, onde
passou toda a infância e adolescência, brincado e jogando bola, subindo
em árvores e fazendo esportes, como a maioria das crianças.
Por volta dos 7, 8 anos, ouviu pela primeira vez a voz de Rita Pavone,
o que fez nascer seu encanto pelo canto. As irmãs, aficionadas por
discos de trilhas de filmes, tornaram mais íntima a música na vida do
irmão menor, que se deliciava ouvindo canções dos mais variados estilos.
Mais ou menos aos nove anos, ganhou o primeiro violão, dos pais.
Arranhava alguns acordes, e passou a ter o instrumento como uma de suas
maiores distrações.
Em 1974, no curso do 2º Grau, conheceu Paulo André Prista Tavares,
amigo violonista, de família de músicos eruditos. Começou, então, a
ampliar seu conhecimento musical. Com Paulo André, debaixo do bloco
(local de encontro de amigos, em Brasília), dedilhava o violão, se
acompanhando em músicas de Cat Stevens, Milton Nascimento, Chico
Buarque... Ainda neste ano viu pela televisão, num festival de música da
cidade, um rapaz cantando com uma moça e, fascinado com a canção, se
surpreendeu pensando, pela primeira vez: "Nossa, eu gostaria de estar
ali, como esse cara!" Comentando com Paulo André, sobre a canção que
ouvira defendida pelo casal desconhecido, se surpreendeu mais uma vez ao
ouvir do amigo que a moça era sua irmã e o rapaz namorado dela. Seus
nomes: Ciça e Oswaldo Montenegro. Apresentações feitas, Zé tornou-se
grande amigo daquele que viria a ter influência decisiva em sua vida.
Começou a tocar percussão e a fazer vocais nos muitos shows que Oswaldo
fazia, na época, na capital. Começaram a viajar para o Rio, para
apresentações, quando Oswaldo recebia convites para tal, e a paixão de
Zé pela música foi crescendo.
No entanto, criado para fazer uma faculdade como Engenharia, Medicina
ou algo semelhante, jamais ousou sonhar em ter aquele "passatempo" como
profissão. Daí que, em 1976, separa-se dos amigos brasilienses para vir
para o Rio, onde fez o cursinho pré-vestibular. Em 1977, começou a
freqüentar a Faculdade de Engenharia, no Fundão.
Neste mesmo ano, recebe um telefonema de Oswaldo, dizendo precisar
urgentemente que ele fizesse uma substituição no coro do elenco da peça
João sem Nome, que apresentava na época na Aliança Francesa da Tijuca.
Zé relutou muito, por causa da Faculdade, mais diante da necessidade
urgente do amigo, aceitou. A peça foi um grande sucesso e Zé recomeçou a
participar dos ensaios, shows e espetáculos de Oswaldo, que já morava,
então, no Rio e não parava de convidar o amigo.
A Universidade o desencantava cada vez mais, enquanto a paixão pelo
palco, pela música, aumentava. Em 1980, Oswaldo, já em seu 2º Lp pela
WEA, o convidou para integrar a banda com a qual faria sua primeira
excursão nacional, que aconteceu exatamente depois dos festivais de
Bandolins e Agonia. Não podendo resistir a essa tentação, Zé tomou
coragem e largou a Faculdade, aceitando o convite. Neste mesmo ano,
Oswaldo convenceu ou dirigentes WEA a gravarem um compacto e um LP solo
de Zé. Começou, nesta mesma época, a compor músicas próprias. Sua
primeira parceria com Oswaldo é a bela "Pousa", canção gravada em seu
primeiro LP.
Ainda em 1980, casou-se com a antiga namorada brasiliense, Cristina.
Em 1981, viajou com Cristina para Brasília onde encontrou Oswaldo, que
fazia a montagem do espetáculo Veja Você Brasília. Neste período vem a
novidade: estavam grávidos! Seu primeiro filho, Amure, nasceu em
setembro de 1982, já no Rio.
A paixão pela arte agora alcançava as montagens teatrais. Ainda em
1982, foram para Belo Horizonte, onde montaram Cristal. Voltaram para
Brasília, onde montaram A Dança dos Signos, que estreou naquela cidade,
indo depois para o Rio, onde tinha temporada marcada de um mês. Mas,
devido ao estrondoso sucesso, o musical permaneceu por mais de dez anos
na cidade. A vida de Zé mudara completamente. Diversas montagens com
Oswaldo, como Os Menestréis, Léo e Bia, foram se sucedendo. Passou,
então, a criar um repertório próprio e, em 1984, começou a tocar em
bares da cidade. Seu público crescia assustadoramente. Quando se
anunciava seu nome num bar, era casa cheia, com certeza.
No início de 1986 separa-se de Cristina, e no final do mesmo ano
casa-se com sua atual esposa, Morgana. Em 1994 nasce Hurá, seu segundo
filho. Os shows em bar continuam cada vez mais intensamente, fazendo com
que passe a se dedicar com mais afinco à carreira solo. Em função desta
e a do próprio Oswaldo, afasta-se profissionalmente do amigo. Passa a
compor cada vez mais. Em 1999 lança o cd "Zé Alexandre ao vivo" e em
2006 o cd "Olhar Diferente". Participa de diversos festivais por todo o
país, onde já tem nome certo e prestigiado.
Hoje, morando em Minas com a esposa e o segundo filho, continua
lotando os bares onde toca e vencendo a grande maioria dos festivais dos
quais participa.
Se vc gostou adquiri o original, valorize a obra do artista.
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CANTO SAGRADO
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terrabrasilis
Parto de mim
Era julho da era de 61 nem sei a que horas do século passado.
só sei que os martelos e as picaretas zinian nas catras de cristal do velho itaporé e vala-me-deus.
E eu, me vendo exprimido, naquele vão de pernas, sobre uma tarimba de varas de cachimbeiro, quando de repente ziniu nos tímpanos daquela santa parteira, e das vizinhas futriqueira, O choro espocado e infarento daquele menino birrento que insistia em berrar grave e desafinado competindo com as sinaladas da catedral de Dom Jaime.E já tava até avisado no invisível, que era uma cria injeitada e de mãe cendera, e que o fundo duma rede rasgada e encardida e de beiradas caidas sem bicos e sem varanda assim o esperava.
E lá se vai o primeiro esfregar dos zoi naquela rica e cintilante claridade da bengala de Deus, e de santa luzia, que com sua luz lilás apontada pra moleira mole mole mole, moleira mole daquele pobre rebento.Que era apenas mais um mais um a apontar a cabeça nesse vão de mundo.
E ali! Nem parente e nem aderente só o foguin de uma lamparina de pavio curto queimando o pouquinho do querosene que ainda lhe restava.Sorte que ainda deu para alumiar os primeiros fulguejar daquele espoco de teimosia
E assim foi traduzido o milagre divinal que Só as cenderas traz o merecido choro solitário desse momento angelical
Isso era cristalandia da charqueada do vala me Deus do itaporé e da baixa da égua
E la se vai esse menino chorando e botando força, botando força botando, força até descobri que era mais fácil botar força cantando cantando, cantando, cantando, que continuar chorando... caaaanta passarim.
Dorivã - o passarim do jalapão