sexta-feira, 1 de julho de 2016

KEKO BRANDÃO - TATANKA

Dia 10 de maio de 1964, Dia das Mães, nasceu em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, o terceiro filho de Oscar e Glorinha, o Oscarzinho, que ainda na infância adquiriu o apelido Keco.
As primeiras manifestações musicais se deram aos 3 anos de idade. Keco costumava chorar quando sua mãe interrompia a audição da Quinta Sinfonia de Beethoven e reclamava nas partes mais calmas, pois tinha preferência pelos Allegros. Aos 9 anos de idade, embora sem estudo musical algum, começou a compor e aos 11 anos teve sua primeira incursão nos estudos de piano erudito, no Rio de janeiro, onde morou.
Aos 16 anos de idade, já morando em São Paulo, começou a participar de festivais de música, sempre com premiações significativas. Aos 18 anos, entrou na escola de música popular do grupo Zimbo Trio, por indicação do pianista carioca Luis Eça. Nessa mesma época, também formou com amigos a banda de música popular brasileira Ópera Brasil, começando, então, a pôr em prática suas aptidões como arranjador e instrumentista.
Aos 20 anos ingressou na Escola Superior de Propaganda e Marketing e aos 22 anos, por indicação de um professor da própria ESPM, começou a se aventurar no universo dos jingles e das trilhas publicitárias, trabalhando como freelancer na produtora de Beto Strada.
Aos 23 anos começaram, de fato, suas primeiras experiências musicais profissionais como arranjador e pianista, ao lado de amigos e profissionais da música, como as cantoras Maricenne Costa, Nancy Alves, Vanda Breder, a baiana Vera Sodré e os compositores Carlos Saraiva e Zé Rocha (este do estado de Pernambuco). Paralelamente a essas atividades, surge o convite para trabalhar como criador na Cardan, produtora de som de Vicente Sálvia, o Vitché, um grande colaborador em sua carreira: “Esse contato foi uma valiosa oportunidade de aprendizado, não apenas pelo convívio com Vitché, mas também pelo convívio com o criador e instrumentista Edgar Gianullo”. Nessa mesma época Keco iniciou estudos de harmonia com o professor paulista Ricardo Brein.
Aos 24 anos passou a integrar a banda O-Kotô, cuja música, em sua fase inicial, resultava numa mistura pop-fusion-world music. Também passou a integrar o grupo musical que acompanhava a cantora Jane Duboc, em sua principal fase radiofônica. Foram muitas viagens Brasil afora. Nessa mesma época reiniciou os estudos de piano erudito, com a professora Elza Klebanovsky.
Aos 25 anos juntou-se à banda Suíte Combo, formada pelos então iniciantes João Marcelo Bôscoli, Simoninha, Marcelo Lima e JJ Lucrécio. Foi uma fase muito divertida: “Eu me lembro que às vezes o João reunia todos os lucros de algumas apresentações da banda só para me pagar, pois eu era o único músico profissional do grupo”.
Aos 26 anos obteve premiação significativa na FAMPOP, festival de música da cidade de Avaré. Sua composição “Sonho Expresso” rendeu-lhe o segundo lugar como melhor canção, além de proporcionar o prêmio de melhor intérprete para a cantora Lucila Novaes: “Eu liguei para a Lucila e perguntei a ela qual era a tessitura de sua voz. Eu disse que iria mostrar para todo mundo o quanto ela era capaz de cantar. E não deu outra! Fiz ‘Sonho Expresso’ especialmente para ela”.
Nessa mesma época, Keco também firmava o contato, a influência e a amizade com o arranjador, compositor e pianista carioca Luís Avellar, além do encontro com o pianista e arranjador César Camargo Mariano, por intermédio de João Marcelo Bôscoli.
Aos 27 anos foi convidado para fazer a direção musical do show do cantor Fábio Júnior: “Uma história curiosa sobre o Fábio: durante os ensaios, pelo menos nessa época, ia um outro cantor ensaiar com a banda no lugar dele, com timbre extremamente parecido, uma espécie de ‘Fábio Júnior cover’. O mais interessante é que esse rapaz era de origem japonesa. O Fábio só apareceu pessoalmente nos dois últimos dias de ensaio, para conferir como andavam as coisas, antes do início da turnê”.
Ainda aos 27 anos Keco passou a integrar o grupo que acompanhava a cantora Leila Pinheiro, a convite da própria Leila, reforçado pelo então diretor musical Luís Avellar. Nesse mesmo ano acompanhou as cantoras paulistas Yvete Zani e Célia, em temporadas distintas.
Aos 28 anos foi convidado para fazer a direção musical do novo show da cantora paraibana Roberta Miranda, com estreia numa grande casa de show da cidade de São Paulo. Também excursionou pelo Brasil com esse espetáculo.
Em outubro de 1994, assumiu a direção musical do programa de televisão “Cia. da Música”, na rede de TV CNT Gazeta, ao lado de João Marcelo Bôscoli: “O ‘Cia. da Música’ foi uma grande escola para mim. Nós, eu e a banda do ‘Cia.’, tínhamos apenas dois dias para preparar e ensaiar todas as músicas que seriam gravadas ao lado dos artistas convidados, que só ouviam os arranjos um pouco antes da gravação definitiva. Sinceramente, não me lembro de nenhuma recusa ou reclamação por parte deles. Quando o artista ou seu produtor me pediam fidelidade à gravação original, nós reproduzíamos o arranjo tal e qual. Mas quando eu tinha liberdade para reinventar, eu aproveitava ao máximo o espaço que me davam. A banda era sempre muito elogiada, e nessa empreitada acabei arranjando e acompanhando um número considerável de celebridades da música popular brasileira, como Milton Nascimento, Flávio Venturini, Leila Pinheiro, Jane Duboc, Ivan Lins, João Bosco, Luiz Melodia, Elza Soares, Carlos Lyra, Roberto Menescal, Raul de Souza, Rosa Passos, Ed Mota, Baby do Brasil, Fátima Guedes, Joyce, Zélia Duncan, Cássia Eller, Ná Ozzeti, Chico Cézar, Danilo Caymmi, Verônica Sabino, Wagner Tiso, Sivuca, Pepeu Gomes, Luiz Caldas, Daúde, Pedro Mariano, Simoninha, entre outros expressivos nomes”.
Em 1995, participou como músico e arranjador num espetáculo realizado no teatro TUCA, em SP, em homenagem à cantora Elis Regina, ao lado de Ivan Lins, Pedro Mariano e João Marcelo Bôscoli. Também com João Marcelo Bôscoli e Cia. excursionou pelo Brasil nos shows dos “Profissionais do Ano”, da Rede Globo de Televisão.
Nessa mesma época foi convidado pelo cantor e compositor Toquinho para adaptar para os palcos o CD comemorativo dos seus 30 anos de carreira. Em 1996, com esse mesmo show excursionou pelo Brasil com Toquinho.
Ainda em 1996, participou do festival de música da cidade de Avaré, com a canção “Cedo ou Tarde”, em parceria com a letrista Rita Altério. A música conquistou o terceiro lugar e premiou a cantora Daisy Cordeiro como melhor intérprete. Keco ainda recebeu os prêmios Melhor Instrumentista e Melhor Arranjo pela composição “Foi Assim”, de Rafael Altério. “Eu fiquei muito surpreso com essa sucessão de prêmios, de verdade! Eu tinha feito a música ‘Cedo ou Tarde’ para a Daisy cantar. Quando anunciaram o prêmio de melhor intérprete para ela, eu já estava felicíssimo, com sensação de missão cumprida e sinceramente não esperava mais nenhuma premiação. Foi aí então que, para minha surpresa…”
Em 1997, Keco excursionou pela Itália acompanhando Toquinho: “Tive o privilégio de conhecer a Itália por intermédio do Toquinho. Ele tem enorme prestígio por lá”. Ainda em 1997, mais uma homenagem à cantora Elis Regina, no especial da TV Globo “Som Brasil-Elis”, ao lado de Pedro Mariano, João Marcelo Bôscoli e Milton Nascimento. Keco começa então a excursionar por todo país, em turnê com Pedro Mariano.
Em 1998, surge o convite para integrar como tecladista o grupo que acompanha a cantora Zizi Possi. Começa a excursionar pelo Brasil, com o show de canções italianas “Per Amore”. Também participa da gravação do DVD do mesmo show, na casa de espetáculos Palace, em São Paulo. Ainda em 1998, inicia seus estudos de arranjo e harmonia com o professor Cláudio Leal Ferreira. Em agosto daquele mesmo ano, participa do show do compositor Toninho Horta, nas músicas “Manuel, o audaz” e “Waiting for Ângela”. Keco conta: “Fiz questão de citar aqui essa canja que dei no show do Toninho. Eu fiquei super nervoso, porque simplesmente a-d-o-r-o o trabalho dele. Ele é perfeito em suas harmonias. São acordes de um bom gosto absurdo e, ao mesmo tempo, extremamente agradáveis ao ouvido; por mais complicado que pareça, soa simples. A complexidade harmônica do Toninho está embutida em sua alma e, portanto, não precisa parecer ser o que ele já é de fato!’’
Em setembro de 1999, começou a trabalhar oficialmente como criador e produtor de trilhas e jingles publicitários, na produtora de som Lua Nova, de Thomas Roth. Também em setembro de 1999, tem a oportunidade de acompanhar Pedro Mariano em show de piano e voz no Castelo de Caras, promovido pela revista Caras: “Foi uma experiência fascinante. Tocar dentro de um castelo é, no mínimo, inesquecível”.
Em fevereiro de 2000, estreia o show “Passione”, o segundo espetáculo italiano da cantora Zizi Possi, que começa, então, a excursionar pelo país. Ainda em 2000, Keco lança a coleção em new age “Música e Natureza”, composta por uma sequencia de quatro CDs, respectivamente: “Passarinhos“, “Golfinhos e Baleias“, “Cosmos” e “Floresta“. Uma coleção voltada para a musicoterapia, parceria entre as gravadoras Azul Music (Corciolli) e Lua Music (Thomas Roth).
Também em 2000, começa a gravar pela gravadora Lua Music o CD “Tatanka“, trabalho em world music que presta homenagem à cultura indígena das Américas. O CD tem participação especial de Marlui Miranda, Mônica Salmaso, Virgínia Rosa, Lula Barboza e Simone Guimarães. Em 2002, lança esse trabalho oficialmente e realiza shows de divulgação, principalmente na cidade de São Paulo. Neste mesmo ano, excursiona pelo Brasil com a cantora Zizi Possi, apresentando o show do CD “Bossa”.
Ainda em 2002 começa a gravar o CD “Classical’n’Bossa“, releitura de clássicos da música erudita em ritmo de bossa nova, uma ideia concebida por Thomas Roth. Em 2003, lança oficialmente esse trabalho e inicia a gravação do CD ‘Paisagens do Vento’’, no gênero world music, mesclando sons de ambiência de ventos com texturas e sons de instrumentos étnicos, numa viagem por diferentes recantos do mundo. Este é o CD que inaugura a coleção “Imagens Sonoras”, projeto voltado à uma técnica diferenciada de meditação em que o ouvinte cria imagens em sua tela mental a partir dos sons sugeridos.
Em 2003, surge o convite para trabalhar ao lado da cantora Ângela Maria, produzindo, arranjando, dirigindo e executando o CD comemorativo de seus 50 anos de carreira, lançado pela gravadora Lua Music.
Em 2004, Keco começa a produzir o segundo volume da série ‘n’Bossa, “Jazz’n’Bossa“, reunindo 10 standards da canção norte- americana, revisitados sob a estética da bossa nova. Em 2005, lança oficialmente esse CD, e também começa a produzir o terceiro volume da série ‘n’Bossa, “France’n’Bossa“, motivado pela oportuna homenagem por parte da França à cultura brasileira como um todo. Nesse CD, Keco reúne 13 clássicos do cancioneiro francês e os reapresenta dentro de uma nova roupagem: a da bossa nova brasileira.
Também em 2005, é indicado pelo pianista e arranjador César Camargo Mariano para integrar a nova banda da cantora Gal Costa, exatamente na época em que Gal completa 60 anos, entra para o casting da gravadora paulista Trama e sai em turnê nacional e internacional apresentando o show do CD “Hoje”, com apresentações em Zurich, Stuttgart, São Miguel nos Açores, Londres, Xalapa no México, Mafra em Portugal, Espanha, Itália e Suíça. Também em 2006, participa da gravação do DVD “Gal Costa Ao Vivo”, gravado em São Paulo.
Em 2007 ingressou na Rede Record de televisão, contratado como produtor musical exclusivo para a inauguração do novo canal de notícias Record News e para a programação geral da emissora. Nas produções para as novelas, arranjou e produziu para artistas como Zizi Possi, Fafá de Belém, Leila Pinhero, Ângela Ro Ro, Lupa Mabuze, Zé Luíz Mazziotti e Grupo Cantrix.
Em 2007 foi indicado como pianista para acompanhar a apresentação no Teatro Municipal de São Paulo da artista plástica, compositora e viúva do Beatle John Lennon, Yoko Ono.
Em 2008 participou da temporada exclusiva de três meses da cantora Zizi Possi na casa de shows Tom Jazz, em São Paulo, com o espetáculo “Cantos e Contos”. Cada apresentação teve um convidado diferente, entre os quais Alcione, Eduardo Dussek, Alceu Valença, Luíza Possi, Ana Carolina, João Bosco, Ivan Lins, Edu Lobo, Toninho Ferragucci e Roberto Menescal.
Em 2009 lança “Collection’n’Bossa“, pela gravadora Lua Music, reunindo em uma única caixa seus 3 CDs da coleção ‘n’Bossa, respectivamente: “Jazz’n’Bossa”, “France’n’Bossa” e “Classical’n’Bossa”. Também passa a integrar o grupo da cantora baiana Virgínia Rodrigues para sua estreia de turnê, em duas apresentações exclusivas no SESC Pinheiros. Em fevereiro de 2010 apresenta-se ao lado de Virgínia Rodrigues no Place des Arts, em Montreal, no Canadá, durante o festival Montréal en Lumière, onde divide a noite com o grupo cubano Buena Vista Social Club.
Ainda em 2010 lança pela gravadora Lua Music o CD “Paisagens“, em parceria com a empresária Christina Carvalho Pinto e a empresa Conteúdo com Conteúdos. “Paisagens” é um trabalho em estilo World Music que passa por diferentes culturas de quase todos os continentes. Permeado pelos quatro elementos, Terra, Fogo, Ar e Água, é uma homenagem declarada ao planeta Terra e propõe ao ouvinte um mergulho na riqueza e na diversidade sonora do nosso planeta.
Também em 2010 participa como convidado especial da gravação do DVD do cantor Cauby Peixoto, no show “Cauby Sings Sinatra”, acompanhando ao piano o cantor em sua interpretação da canção “Laura”.
Em 2011 é convidado para participar como tecladista e arranjador da gravação do DVD da cantora Luiza Possi no show “Seguir Cantando”, gravado ao vivo na casa de espetáculos City Bank Hall. Ainda em 2011, segue excursionando por todo o Brasil como tecladista da banda de Luiza Possi.
Em 2012 participa do novo show de Zizi Possi, “Tudo se Transformou”, gravado ao vivo na casa de espetáculos Tom Jazz.
Em 2013 é contratado pela editora de obras musicais MJC para prestar assessoria musical na organização e recuperação do acervo das obras feitas exclusivamente para a programação de toda a Rede Record.
Atualmente segue realizando shows pelo Brasil ao lado das cantoras Zizi Possi e Luiza Possi. Também produz jingles e trilhas como free lancer para várias produtoras de som e emissoras de TV.

Tatanka
 Obra musical baseada em manifestações indígenas, produzida, composta, arranjada e programada por Keco Brandão. Cânticos Xamãs que se alternam com músicas incidentais e trilhas instrumentais. Participação especial de Marlui Miranda, Mônica Salmaso, Virgínia Rosa, Simone Guimarães e Lula Barbosa

Disco muito bonito !
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