Sobre o álbum:
Não
precisamos ir até a Casa dos Carneiros, reduto do Mestre Elomar Figueira Melo,
para ouvirmos uma cantoria com o que há de melhor. Aqui nos palcos de Guarulhos
temos Amauri Falabella, um representante que consegue buscar, em meio ao caos
urbano, a simplicidade da vida do campo embutido em suas melodias e poemas,
transformados em verdadeiros suplementos para nossa cultura.
Para
refrescar a memória dos leitores desta coluna, Amauri Falabella foi vencedor do
prêmio Especial do Júri Popular do Festival de Música Brasileira da Rede Globo
no ano 2000.
Com
três CDs na bagagem (Ciranda Lunar/2001; Violeiro Urbano/2005; Amauri
Falabella/2009), o artista acabou de lançar em agosto desse ano o álbum de nome de Parceria. “Eu gosto muito
dessa palavra e dessa ideia”, diz Falabella.
Para ouvir e mergulhar na obra desse
artista é necessário abrir o coração, fazer uma reflexão de vida e buscar o
belo e bom que existe em nós. Não é todo dia que se ouvi uma cantoria com tanta
qualidade poética, harmônica e instrumental. Amauri traz em suas veias o sangue
dos grandes cantadores, pois bebeu e confraternizou com os mestres Elomar,
Xangai, Vital Farias, Vidal França e o inesquecível Dercio Marques.
Neste disco, “Amauri Falabella”, vem com dez músicas. Na primeira canção, Cilada (Amauri Falabella), o artista exala poesia e diz, numa
cantiga simples, que vai prender e conquistar o coração da amada. Um dos temas
mais cantados por todos os cantadores, a lua, é tema central. A canção que nos
faz viajar pela imensidão dos versos e transforma o amor em poesia é a bela Cantiga de Lua (Amauri Falabella), o
artista tem aqui a primeira participação especial de Daniela Lasalvia, que
empresta a sua voz nessa cantoria.
Ciranda
Lunar (Amauri Falabella) é uma regravação. Em suas metáforas o artista diz
querer ser uma árvore milenar, afirma que a verdade da vida é morrer e depois
renascer semente de lua. Daniela volta a emprestar sua voz e juntos cantam a
poética e fascinante Índia Lua
(Pereira de Manaus) e a Seja Como For
(Chico Branco), uma cantiga enluarada, cheia de vida, que nos faz crer no bom
do viver, na verdade da amizade e no amor eternizado na natureza.
Na
sexta faixa, a viola vem anunciar que a lua é a Bela Rainha da Noite (Amauri Falabella) e mais uma vez a voz de
Dani Lasalvia ilumina os versos da canção. Nas rodas em noites de luar,
cantigas como Catavento (Amauri
Falabella) são propícias para a grande comunhão, todos cantam, batem palmas,
seguindo o ritmo da batida do coração.
“Eu canto o que é preciso” é o que
diz os versos de Trilha (Amauri
Falabella/Vidal França). A primavera é cantada magistralmente em dueto com Dani
Lasalvia, na canção Cinza e Rosa (Amauri
Falabella). Para fechar este CD, Amauri descreve a importância da água para
vida em todas as suas formas, em Vida de
Água (Amauri Falabella).
Disco mágico!
Se vc gostou adquiri o original, valorize a obra do artista.
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