Um
dia, Ubiraci caminhava pela floresta quando descobriu a mais linda
indiazinha que seus olhos já tinham visto. Seus cabelos pareciam com as
quedas-d’água que despontavam das pedras, onde, por tantas vezes,
sentou-se por horas a escutar os pássaros. Seus olhos assemelhavam-se ao
anil do céu. Seu rosto jovem lembrava brotos nascendo da terra, ainda
indomados. Suas mãos, mágicas, se tocavam o solo, desabrochavam
sementes. Se voltadas para o ar, controlavam as chuvas, os ventos e as
tempestades. Se apontadas para os rios, domavam as marés, as pororocas e
as maresias. Ubiraci, sem saber, havia se apaixonado pela Natureza.
Apaixonado,
o índio passou a procurar sua amada por toda parte. Com ajuda dos
pássaros, subiu na nuvem mais alta na esperança de vê-la entre os
abençoados de Tupã. Vasculhou cada recanto da floresta e acompanhou os
peixes na imensidão dos rios, mas nunca voltou a rever sua alma gêmea.
Acompanhou a pororoca por entre troncos e barrancos, mas não voltou a
vê-la. No entanto, podia senti-la no canto dos pássaros, nas brisas da
manhã, na calidez da noite e no sussurro sereno das maresias.
Era
tanta a paixão que sentia que Ubiraci se esqueceu de conversar com as
árvores, com os animais e com os filhos das águas. O dom que recebeu de
Tupã foi perdido para sempre. Ubiraci só se importava em procurar pela
amada, que julgava estar perdida em algum lugar do mundo. Ele não
entendia que a Natureza estava em todo lugar.
Uma
noite, quando o mundo dormia, quando os cantos dos pássaros haviam
cessado e não se ouvia murmúrio algum no seio da floresta, Ubiraci
avistou a Lua, refletida na água. Imaginou que era naquele mundo que sua
amada vivia. Foi tanta a sua felicidade que esqueceu-se de ter perdido
seu dom. Mergulhou no rio, mas quanto mais lutava contra a correnteza,
mais parecia que a Lua se afastava dele. Foi tanto o esforço que fez que
as forças o abandonaram, e Ubiraci sucumbiu à morte. Tupã, compadecido
com tanto amor, pediu à Natureza que transformasse Ubiraci em uma
árvore, no meio do rio, para que fosse lembrado para sempre. À noite, no
entanto, quando a maré subia, a árvore estranhamente desprendia suas
raízes do solo e navegava contra a correnteza. Imaginando tratar-se de
magia, seus irmãos índios cortaram a árvore, deixando apenas o tronco,
mas, mesmo assim, o mistério continuou, e eles, amedrontados, deixaram o
local, com medo do tarumã, que, na etimologia indígena, significa o
tronco que se move.
Os
anos se passaram, Calçoene transformou-se em cidade, mas muitas pessoas
juram que, ainda nos dias de hoje, o tronco se move, contra a
correnteza, subindo o rio.
Dizem
que, quando algum morador depara-se com um amor impossível, faz
promessa ao tarumã, deixando sobre ele algum presente ou alguma
oferenda. Se o tronco navegar rio acima e retornar vazio, o pedido será
realizado. (Autor: Joseli Dias – da obra Mitos e Lendas do Amapá)
Grupo TARUMÃ é um quinteto vocal e instrumental que viaja pelas varias vertentes da música popular brasileira e musica folclórica da América Latina.
Disco maravilhoso com participações de Saulo laranjeira Nilson Chaves e Flavio Venturini entre outros.
Se vc gostou compre o original, valorize a obra do artista.
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Senha/passaword
terrabrasilis
01 - Histórias de cada canto L. carlos Moreno - M. Daniel Sanches - Eduardo Simplício
02 - Craviola Daniel Sanches - Eduardo Simplício
03 - Enternecendo a espera Daniel Sanches
04 - Barum Juraildez da Cruz
05 - Terra nua Beatriz Gandra
06 - Mata Marlui Miranda - Marcos santili
07 - Plantar e colher Eduardo - Daniell
08 - Terra pão e viola Eduardo Simplício
09 - Giz Eduardo - Daneil
10 - Urutau Paulinho Rodrigues
11 - Caminito de llamas Folclore peruano
12 - Papel de plata Folclore Boliviano
13 - Walicha Folclore peruano
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