A produção lítero-musical de Elomar Figueira Mello é marcada pela
onipresença da temática do sertão. A análise das letras das canções do
álbum Na quadrada das águas perdidas, disco gravado por Elomar
no ano de 1978, nos permite distinguir, em tais composições três
sentidos, ou três “níveis” de sertão: um “sertão clássico” ou “ideal”,
que se alicerça na convicção elomariana de existência, em um tempo
pretérito indefinido, de um território interior habitado por pessoas que
orientavam suas ações a partir de sentimentos de justiça, dignidade,
honra, nobreza e coragem; um “sertão histórico-geográfico”, que se
delineia a partir das referências feitas pelo compositor a topônimos e
personagens – cantadores, tropeiros, catingueiros – da região do Sertão
da Ressaca, na região sudoeste do estado da Bahia; e, por um último, um
“sertão profundo” ou “sertão de dentro”, sertão da criação artística,
sertão que se constrói pelo específico labor estético-poético do
compositor. Este artigo busca focar, de forma mais detida, mediante
análise da letra da canção Canto de guerreiro mongoió, as
representações elomarianas do sertão histórico-geográfico em que o
compositor se insere enquanto indivíduo e enquanto artista – o Sertão da
Ressaca.
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TERRA BRASILIS
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