Amélia Cláudia Garcia Colares, a AMELINHA, nasceu na cidade de Fortaleza, Ceará. De família musical, com 12 anos formou um trio vocal com sua irmã Silvia e mais uma amiga para se apresentarem em festas nas escolas. Quando mudou para São Paulo, onde fez curso para vestibular objetivando cursar a faculdade de comunicações, continuou cantando sempre incentivada pelos amigos.
Foi no ano de 1975, que AMELINHA começou, efetivamente, a sua gloriosa carreira de artista, acompanhando Vinícius de Moraes e Toquinho em seu primeiro trabalho profissional como cantora, em Punta Del Este, Uruguai.
No ano seguinte, 1976, lança seu primeiro disco, “Flor da Paisagem”, que teve vendagem modesta, mas já apontava para um grande futuro. “Frevo Mulher”, el 1979, foi uma febre nacional, que lhe deu o primeiro Disco de Ouro de sua carreira. O fenômeno aconteceu em 1980, quando AMELINHA colocou abaixo o Maracanãzinho no Festival MPB 80, cantando “Foi Deus Que Fez Você”, estrondoso sucesso que tornou-se marca registrada da cantora, lançado em compacto homônimo seguido do álbum “Porta Secreta”, ambos Disco Quádruplo de Platina com mais de um milhão de cópias vendidas. Em 1982, emplacava outro Disco de Ouro com o tema de abertura do seriado “Lampião e Maria Bonita”, da Rede Globo, “Mulher Nova, Bonita e Carinhosa, Faz o Homem Gemer Sem Sentir Dor”. Em 1983, veio o disco “Romance da Lua Lua”, que tinha como característica principal a afinidade da cantora com as poesias que falam essencialmente de coisas que têm como cenário a lua e toda sua energia. Vem o ano de 1984 com AMELINHA emplacando outro mega sucesso em todas as rádios AM e FM, do norte ao sul do país, com a música “Água e Luz”.
E assim transcorreu a década de 80, com AMELINHA gravando Fagner, Djavan, Gonzaguinha, Elomar, Geraldo Azevedo e Moraes Moreira, entre outros.
Em 1994, AMELINHA lança “Só Forró”, seu décimo CD com um projeto arrojado de volta à riqueza da música nordestina, realizando um velho desejo de Gonzagão, que sempre quis que AMELINHA cantasse suas músicas.
Outros lançamentos se sucederam: “Cobra de Chifre” (1996), “Amelinha” (1998), “Vento Forró e Folia” (2002) e recentemente seu mais novo álbum “Janelas do Brasil” (2012), onde AMELINHA brilhas em suas frestas com temas inéditos de Alceu Valença, Chico César e outros grandes compositores.
E
depois de quase 10 anos sem lançar um novo trabalho, eis que a cantora
volta ao disco, pelas mãos do DJ Zé Pedro e sua Joia Moderna. "Janelas
do Brasil", disco produzido por Thiago Marques Luz, é minimalista, e tem
a intenção de realçar tão somente a bela, e ainda em forma voz de
Amelinha. Pra tal o acompanhamento é de violões, violas e guitarras das
mãos precisas de Dino Barioni. O repertório mira o futuro , e avalia o
seu passado musical em belas canções guiadas em memórias afetivas da
cantora, que a posicionam hoje, presente, na moderna música brasileira.
Do
compositor Zeca Baleiro, ela pesca "O Silêncio", balada de tons
interiorano que se ajusta bem a sua voz, caso da também lírica "Planície
de Prata", de Almir Sater e Paulo Solimões, e da doída "Quando Fugias
de Mim", de Alceu Valença e Emannoel Cavalcanti. Do baú, e de suas
lembranças, dá vida a belo tema de Vinícius de Moraes e Marília Medalha
"Algum Lugar", e a "Galos, Noite e Quintas", do conterrâneo Belchior que
ainda soa atual, com suas reminicências de um passado que se faz ainda
atual. Equilibrar esses dois pólos, o antigo e o novo, sem se perder em
modernices, é o grande achado do disco, que trás a intérprete pro tempo
presente, sem de todo esquecer do seu passado.
"Janelas
do Brasil", é disco luminoso, onde o canto de esperança permeia todo o
repertório, em alegrias, tristezas, saudades e belezas que se revelam a
cada canção escolhida. Aos 61 anos, a voz da cantora conserva frescor, e
revela através do seu canto doce, possibilidades de um novo tempo para
sua arte.
Carlos Almeida
- Galos, Noites e Quintais (Belchior)
- O Silêncio (Zeca Baleiro)
- Asa Partida (Fagner / Abel Silva)
- Felicidade (Chico César / Marcelo Jeneci)
- Terral (Ednardo)
- Planície de Prata (Almir Sater / Paulo Simões)
- Quando Fugias de mim (Alceu Valença / Emannoel Cavalcanti)
- Algum Lugar (Marília Medalha / Vinicius de Moraes)
- É Necessário (Geraldo Espíndola)
- Ponta do Seixas (Cátia de França)
- Olhos Profundos (Renato Teixeira)
- Pra Seguir um Violeiro (Amaro Penna)
Se vc gostou adquiri o original, valorize a obra do artista.
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