sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

PÁDUA - MUSICA AOS VIVOS


"Músicas aos Vivos", um projeto do cantor goiano Pádua que ficou engavetado durante anos, finalmente se materializa, vira DVD.

Gravado há um ano, em outubro de 2010, no Centro Cultural da Universidade Federal de Goiás (UFG), em uma apresentação só para convidados, o "Música aos Vivos" é um conjunto das obras mais importantes do cantor ao longo de sua carreira.

Músicas conhecidas como Louca Magia, Mulher Cigana, Vambora Andar, Pele, Mestre da Obra, Quando Tudo é Bom e outros trabalhos autorais se entrelaçam com canções que sempre fizeram parte do repertório do artista como Eu Quero é Botar o Meu Bloco Na Rua, Pavão Misterioso e Calix Bento. A canção inédita Pouco Adianta, de Pádua e Carlos Brandão, também integra o repertório do DVD .
Se vc gostou adquira o original valorize a obra do artista.
Download (novo link corrigido)

quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

CONVERSA RIBEIRA - DO VERBO CHÃO


Formado por Andrea dos Guimarães (voz), Daniel Muller (piano e o acordeão) e João Paulo Amaral (viola caipira e voz), o grupo lança seu terceiro álbum, Do Verbo Chão, com um desdobramento singular da música caipira. O disco cultiva, ao mesmo tempo, o vínculo da tradição com a liberdade de criação em novos arranjos, manifesta mais uma vez sua força criativa, seu sentido crítico, sua presença original, recolhendo porções de beleza e sabedoria que o passado do povo caipira oferece e projetando ao futuro uma produção cheia de imaginação. 
Com 17 anos de carreira, o trio segue firme na pesquisa musical e a intenção de resgatar pérolas criadas por grandes autores da história da música caipira. O novo álbum, por exemplo, revela Pé de ipê, toada de Tonico; as modas de viola Gostei da morena, de Raul Torres; Herói sem medalha, de Sulino; e Moda da Onça, canção de domínio público que Inezita Barroso recolheu em Itapecerica da Serra, na década de 1940. Integram ainda o repertório as canções Atrás poeira, de Ivan Lins e Vitor Martins, Folia, de Lourenço Baeta e Xico Chaves, e Olho d’água, de Paulo Jobim e Ronaldo Bastos.
Ao lançar Do Verbo Chão, o trio manifesta a necessidade de preservar a tradição sem tratá-la como peça de museu, mas como um processo cultural dinâmico. Nessa pegada, o grupo Conversa Ribeira já dividiu o palco, em 2012, com a Orquestra Municipal de Jundiaí, criando arranjos para incorporar a orquestra de cordas à sua concepção peculiar da música caipira, e com a Orquestra Sinfônica de Sorocaba. Em 2017, voltaram ao palco da Orquestra Municipal de Jundiaí, ao lado de Renato Teixeira. O segundo álbum, Águas Memórias, foi lançado em 2013. Ao longo de sua trajetória, o trio já tocou ao lado de Guinga, Inezita Barroso, Mônica Salmaso e Paulo Freire.

Se vc gostou adquira o original, valorize a obra do artista.
https://www.conversaribeira.com/
Vc tambem poderá acessar o grupo nas principais plataformas digitais.

Recomendadíssimo !!!
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quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

FOI FEITO UM NOVO UPLOAD DO DISCO DO MUSICO GALLDINO TRIBUTO A LEGIÃO URBANA COM ACRÉSCIMOS DA MUSICA MONTE CASTELO E TRES MUSICAS EXTRAS COM VERSÕES DIFERENTES.

domingo, 12 de janeiro de 2020

PEPOST A PEDIDOS

GALLDINO - TRIBUTO LEGIÃO URBANA
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TERRA BRASILIS

CHICO TEIXEIRA - MAIS QUE O VIAJANTE
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ZECA BALEIRO - CHÃO DE GIZ
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ADMIRAVEL MUSICA DE ZÉ RAMALHO - 1978 A 1984
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terça-feira, 7 de janeiro de 2020

segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

ROBERTO BACH - BAHIA BANHADA EM SANGUE


Roberto Bach, baiano de Vitória da Conquista, tem autoridade para tratar do tema: não por ser baiano, mas porque sua alma é medievalesca, assim ele se posiciona no mundo, assim é o seu olhar e modo de sentir. Mas Roberto Bach não é personagem típico do período medievo, aquele que age de acordo com os princípios cavalheirescos, não é protetor dos fracos e oprimidos, não é o portador da justiça num mundo sem lei e ordem; em nada lembra os representantes daquela época que se cristalizou no Ocidente a Era de Heróis – que tem na lenda de Arthur seu ponto máximo. Antonio Roberto Bach é um poeta, um menestrel, entretanto, um renegado, um goliardo.
Os goliardos eram monges expulsos dos mosteiros e como não sabiam lavrar a terra e não tinham talento ou capacidade técnica para os ofícios ou a guerra, ganhavam a vida – literalmente o pão! – ensinando música e poesia ou divertindo o populacho com versões picarescas da grande arte exibida nos grandes salões aristocratas ou da Igreja. Libertos das obrigações sacras dos mosteiros ou talvez por vingança contra o regime opressor, carregavam fortemente os temas profanos, alimentados de forte teor blasfemo, erótico. São chamados “hippies da idade média” e a meu ver a comparação , se não correta, é muito apropriada para compreender sua postura frente o mundo e seu modo de ser: há, de fato, uma correspondência entre os goliardos e a geração beat: talentosos, ousados, desbocados, sensíveis; com distância de séculos, ambos – hippies e goliardos -, anunciavam profeticamente novos tempos, através do rompimento traumático dos velhos costumes. Roberto Bach é um pouco de tudo isso: talentoso músico, poeta e artista plástico, desbocado, sensível e irascível na defesa de seus princípios, não se enquadra em nenhum grupo. Espírito livre, sem papas na língua, Bach é movido por uma estranha paixão que transparece e transborda. Seus versos são dotados de uma energia dilacerante, tal qual um louco pregando no deserto, nas mãos em vez de espadas e punhais, o violão ou as flautas. As palavras declamadas na Abertura – “...um dissidente insurgindo-se contra a Igreja de Roma, nos sertões do Brasil, nos sertões da alma...” – valem para ele próprio. O solitário e dissidente menestrel empunha seu violão e brada, solta a voz, sempre um corpo estranho por onde passa quando eventualmente participa de algum festival, nos sertões do mundo onde milhões de seres vagam em massa, como almas penadas. Ninguém mais apropriado, portanto, do que um goliardo para decifrar a atmosfera daquele reino “que não era deste mundo!” Eis o mundo de Canudos: nem a Utopia de Morus, nem o reino de São Sebastião, nem o Paraíso do Novo Mundo; Canudos foi um caso único na história.
PINTURA DE ROBERTO BACH

OS SERTÕES, SEGUNDO BACH O autor tem pulso no tratamento dos temas, sem apelar para o emocional superficial que sempre caracteriza as denuncias contras as injustiças. Os 13 temas que tratam dos principais episódios desde as andanças iniciais do peregrino Evangelizador, a construção da Tróia de Taipa, o Primeiro Confronto, alguns personagens, como as mulheres Guerrilheiras, a derrota inesperada do coronel Moreira Cesar, as táticas de combate no Quadrado de Baionetas, as armas – Canhões contra velhos fuzis -, o mar de sangue, o horror sem nome da Matança cruel, até o Amargo Fim. O Conselheiro, que antes de se estabelecer na fazenda abandonada de Canudos (o nome “canudos” derivava dos bambuzais à beira do rio Vaza-Barris, os canudos de bambu) peregrinou por cerca de 20 anos por toda a região, fazendo pregações e reformando igrejas por onde passava. Canudos, chamada por Euclides de a Tróia de Taipa, reuniu no auge de sua existência, de 25 a 30 mil habitantes, dotada de auto suficiência, algum saneamento básico, negociava o excedente de sua produção com as cidades das imediações – sua principal atividade era a criação de cabras, que lhes fornecia carne, leite e couro, que tinha múltiplas finalidades, de sapatos, a roupas e assesórios (bolsas,capas, etc). Numa região de miséria crônica, Canudos era um oásis, que crescia ano após ano, pois lá as pessoas trabalhavam para si mesmas, tinham moradia e até escola para os filhos. Com isso, esvaziavam pequenas vilas e fazendas da região, trazendo sérios problemas de mão de obra para os fazendeiros. (Tivesse Canudos sido deixada em paz, no que se poderia ter se tornado? Uma próspera cidade, exemplar numa região miserável, rude e áspera? Ou teria sucumbido uma ou duas gerações depois, engolida pelo coronelismo regional? São perguntas que jamais saberemos a resposta, seus apologistas e detratores se entrincheiram, ainda hoje, de cada lado de um campo de justas imaginário). Roberto Bach se dispõe a narrar poética e de maneira concisa, essa irreparável tragédia nacional que ficou para a história como exemplo de resistência, bravura, loucura,covardia, mentira, intolerância: a expressão “Canudos não se rendeu” continuará para sempre ecoando, da mesma forma que no extremo sul do país, as palavras do índio Sepé: “A nossa terra tem dono!”, proferida no momento de sua execução. Expressões singulares, proferidas no calor da luta, carregadas de imenso simbolismo, que o tempo tratou de jamais fazer esquecidas. O artista/cantor/narrador/poeta/pintor/músico em linguagem cortante, dilacerante e contundente, discursa com a “alma”, tendo ao fundo as vozes de lamento, dor e horror, tão vivas, tão presentes. Acompanham sua voz narrativa o som de flautas, fagote, viola, marimbau e um violão tocado com tamanha sensibilidade que se assemelha as batidas do coração humano. Para expressar poeticamente os fatos acontecidos naqueles sertões ignotos, para descrever a existência daqueles distantes e ainda tão vivos acontecimentos; para nos transmitir a sensação vívida do que significava aquele reino que não era deste mundo, ninguém melhor do que o goliardo Bach, herdeiro das tradições profanas dos renegados monges/poetas medievais. Sua voz de trovador nos conta e nos guia, colorida pelos instrumentos característicos que evocam outros tempos idos da saga humana, nos reconduzem por raros momentos àquelas cenas, onde se misturam sonho, loucura, horror, desejo de fraternidade. Por um momento, somos capazes de vislumbrar as vozes do povo desaparecido no árido e sangrento palco, onde se travou um combate de morte em nome de um “ideal”, mas não havia ideologias, pátria, mártires, honra, etc., e outros conceitos que venhamos convencionar segundo os nossos modernos princípios.
O mundo canudense, entretanto, não era medieval, não era uma célula preservada do universo medievo que sobreviveu no tempo; era uma sociedade que propunha uma vida piedosa segundo princípios religiosos, mas não era um movimento religioso. Canudos, a Tróia de Taipa, foi um episódio único, ainda à espera de ser decifrada, de uma compreensão mais abrangente que leve em conta as motivações que levaram milhares de pessoas desassistidas e vitimas por todo tipo de opressão, a lutar de maneira tão ardente, até o último homem. Somente essa cega e estranha paixão os levou a não se renderem... à guisa de conclusão, como um retrato inexplicável, que no entanto fala por si, o então correspondente do jornal O Estado de São Paulo, Euclides da Cunha, atesta em palavras reproduzidas por Bach no encarte do CD, “Canudos não se rendeu. No ultimo dia de combate, eram quatro apenas: dois homens, um velho e uma criança, na frente dos quais rugiam furiosamente 5.000 valentes soldados”.
O que se seguiu, o destino dos não combatentes, das mulheres, das crianças e dos homens encontrados com vida, não existe descrição possível para qualificar o horror, os abusos, o sadismo, a sanguinária vingança perpetrada pelas forças legalistas. Uma estranha e inominável paixão movia os canudenses: o direito de (re)construir suas vidas de homens desprovidos de dignidade. Provavelmente não havia uma consciência politica clara do estavam fazendo ou mesmo do que queriam: mas aquela era a vida, era sua escolha, era sua fé e razão de ser e viver. Haviam conseguido, e não em nome de um projeto, palavra gasta e vulgarizada, enganosa e enganadora. Provavelmente, se houvesse consciência política ou outras ambições em pauta, teriam negociado a rendição ao pressentirem a derrota: mas aqueles homens e mulheres simples não tinham escolha, não tinham o que negociar, pois haviam se refugiado no ponto extremo de sua condição de homens e mulheres: haviam alcançado, metaforicamente, o Paraíso, e dali não retornariam ao inferno cotidiano de vida miserável, mesmo se o desejassem ou pudessem: haviam se tornado à duras penas homens e mulheres de verdade, ultrapassaram os mundos dos sonhos impossíveis – eram a própria encarnação do sonho impossível e dali não retornariam, lutariam até o esgotamento completo, tal como se deu.
Compreender o que foi Canudos e sua luta, pode nos ajudar a compreender a nós próprios, o que somos e o que queremos, pode nos levar a refletir sobre líderes salvadores. O trabalho de Roberto Bach, sua fidelidade aos fatos e a qualidade musical, merece ser conhecido: compreender o que foi Canudos, é compreender a nós mesmos, nossas singularidades enquanto nação mestiça...
*texto extraido http://www.sertaopaulistano.com.br

Este disco já foi postado no blog mas com a primeira versão com outra capa e arranjos.
Esta versão esta mais sofisticada com arranjos de alguns instrumentos mas sem perder a magia do disco, é uma relíquia porque não se encontra em nenhum blog ou site para baixar apenas aqui no Terra Brasilis.
Qualidade excelente pois fiz o upload em 320kbps.

Veja o que Roberto Bach escreveu :
Demorei cinco anos para fazer este disco. Quando interminado ele se chamou Os sertões, que é o título do livro no qual ele foi inspirado, terminado, se chama Bahia Banhada em Sangue..Foi um sonho realizado fazer um disco de guerra com instrumentos simples mas também com uma guitarra a lá Pink Floyd (participação especial Pepeu Gomes) levando o trabalho para uma ideia do Rock Progressivo. É uma pena com tudo o que realizei na música ser um artista totalmente desconhecido e o mais pobre entre todos.

Se vc gostou adquira o original valorize a obra do artista.
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TERRA BRASILIS