Quando o festival gaúcho El Mapa de Todos decidiu modificar seu
formato algumas pessoas demoraram a compreender os motivos. Entre as
razões encontradas pela organização, uma delas tem ligação direta com o
artista que ilustra a “Prata da Casa” desta semana: foco em música para
ser ouvida sentada, em que o que se diz é tão ou mais importante do que
como se diz.
Murilo Silvestrim é um destes artistas em que o exercício da audição
conserva peso fulcral na absorção de seu lirismo, algo que o músico
nascido em Maringá traz consigo dos lápis, cadernos, letras, versos e
rascunhos. Escrever para Silvestrim é criar pontes, estabelecer relações
que se escondem nas entrelinhas textuais, é procurar mecanismos de
extrair algo mais do que as roldanas das fábricas do cotidiano nos
impõem. Seja através dos contos, crônicas, poesias ou músicas, Murilo
Silvestrim vem estabelecendo uma identidade única na arte feita em
Curitiba.
Em Prisma, seu primeiro disco, o cantor abraça seu amigo
violão em um passeio delicado por planos paralelos, refratando a luz, o
som e nós. Das oito canções do álbum, todas composições próprias, e
conta com uma parceria com seu irmão, Ju Silvestrim, além da
participação de 15 músicos ao longo do trabalho. O trabalho de
realização do disco filtrou ao menos 300 canções compostas por Murilo
nos últimos cinco anos. O artista precisou estabelecer um filtro de
forma a encontrar o eixo que guiasse a narrativa de seu primeiro
registro.
Da infância, dos relacionamentos, da família e das pequenas coisas
que lhe dão prazer na vida, Silvestrim fez inspiração para a obra,
recheada de verdade e inúmeros sentimentos, sensações que exigem, como
já dito no início desta coluna, a entrega à audição, o respeito e a
paciência em captar as sutilezas de cada verso e de cada nota
desprendida pelo cantor.
Se há pouco virtuosismo aos ouvidos acostumados a riffs
escalafobéticos, Murilo compensa com a destreza de sua poesia
acompanhada de arranjos suaves. A melodia exerce o papel de cadenciar as
sílabas do cantor paranaense, que não se esconde em rodeios ou firulas,
pelo contrário. Ele exibe a beleza da sinceridade artística de quem
exprime sua verdade anteriormente guardada no peito.
Em A Linha Fria do Horizonte, Jorge Drexler diz que mudar-se
para Madrid e passar a tocar no lendário Libertad 8 fez com que ele
piorasse enquanto instrumentista, mas entendesse a importância de
direcionar o olhar e de cuidar sobre o que dirá, qual o poder da
palavra. Murilo Silvestrim parece já ter percebido, também, que para
onde você dirige o que você diz é muito mais importante, é a melhor
forma de se comunicar. E que artista não deseja, como início, meio e fim
de sua obra, comunicar algo a seu público?
Lançado no início de agosto, Prisma está sendo distribuído
pela Tratore. Já a direção técnica do álbum é de Guilherme Silveira,
enquanto Fred Teixeira (Babi Farah) foi o responsável pela mixagem e
masterização.
*texto
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TERRA BRASILIS
segunda-feira, 29 de outubro de 2018
VICTOR MENDES - NOSSA CIRANDA
Primeiro disco solo de Victor Mendes, músico de São José dos Campos
radicado em São Paulo. Com apenas duas músicas instrumentais, a maioria
das canções é feita em parceria com o poeta Paulo Nunes. A influência da
música regional, do rock, do jazz e da música folk está presente no
disco, que não segue nenhum gênero específico, encontrando sua unidade
justamente na diversidade das canções.
Muito bom !!
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TERRA BRASILIS (LINK RESTAURADO)
Muito bom !!
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terça-feira, 16 de outubro de 2018
CLÁUDIO LACERDA - CANÇÕES PARA ACORDAR O SOL (EXCL. T. B )
O CD Canções para Acordar o Sol nasceu do desejo de encontrar o caipira que existe nos compositores da urbanizada e sofisticada MPB. Entre eles Tom Jobim, Chico Buarque, Gonzaguinha e Ivan Lins. Cada vez mais, sonhamos reviver o homem em paz com a natureza, já quase improvável; mas que podemos revisitar por meio da música de muitos dos afamados compositores brasileiros nascidos e/ou vividos no asfalto. Ao final deste disco, o ouvinte há de concordar que o que faz um compositor caipira não é o lugar onde ele nasceu, mas o que ele guarda na memória e no coração. Participações especialíssimas de Rolando Boldrin e Mônica Salmaso.
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https://www.claudiolacerda.com.br
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TERRA BRASILIS
NÉLIO TORRES - BANXHURNA (EXCL. T. B )
Falar de Nélio Torres,
é falar de talento, entusiasmo e...coragem! Coragem sim, porque é um
lutador no meio artístico, e que pode, por seus méritos aparecer ao lado
dos grandes advindos do nordeste como “Zeca Baleiro”, embora com a sua
personalidade marcante nas letras de sentido profundo. Para ele minha
admiração, meu respeito e meu carinho especial.
Niette de Lima
Cantor. Compositor. Violonista. Pesquisador musical e do folclore brasileiro. Mestre do Cavalo Marinho Estrela da Paraíba. Atuou como Educador Musical em creches e escolas da cidade do Rio de Janeiro, onde residiu entre os anos de 1987 e 2007. Depois, mudou-se para a cidade de Vitória, no Espírito Santo. Trabalhou no Banco do Brasil. No ano de 2008 lançou o DVD com o documentário "Dança do Toré", com pesquisa e entrevista sobre o ritual indígena das tribos e aldeias do distrito de Potiguara (gravado nas aldeias Aldeia Lagoa do Mato e Aldeia São Francisco), na Paraíba. Segundo ele: "O Toré é um ritual religioso e cultural em que os índios, através da música e dança, invocam os espíritos, os deuses, para a cura de seus males e dores." Em 2013 foi empossado como acadêmico na Academia de Letras e Artes da Serra por seu trabalho como pesquisador musical. Acumulou diversas premiações pelo MEC (Ministério da Cultura). Detentor de vários prêmios em diversas regiões do Brasil, entre os quais o "Título de Cidadão Espírito-Santense", pela ALES (Assembleia legislativa do Estado do Espírito Santo) no ano de 2014, em Vitória.
Saiba mais sobre Nelio Torres
www.neliotorres.com.br/
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TERRA BRASILIS
TARITA DE SOUZA - A ÁRVORE E O VENTO
O disco de estreia da cantora, compositora, arranjadora e preparadora
vocal Tarita de Souza é para o público que gosta de Ceumar, Mônica
Salmaso, Titane, Consuelo de Paula e outras vozes que seguem a linha
mestra da música brasileira sem modernices nem flertes com falsas
revoluções. Formada em música pela Universidade de São Paulo (USP), ela
rege corais e faz preparação vocal para teatro e shows. Cantou em
espetáculos de Zeca Baleiro e Antônio Nóbrega. Fez trilhas para
exposições, trabalha com projeções e cenários, atuou em espetáculos como
uma montagem de 'Ópera do malandro', de Chico Buarque, e 'Lampião e
Lancelote', de Bráulio Tavares.
Apresentado por Egberto Gismonti, que ressalta a brasilidade e a capacidade de atingir quem gosta daquilo que melhor nos representa, 'A árvore e o vento' é coprodução da cantora e do compositor e violonista Mário Gil e conta com um econômico e significativo grupo de músicos que inclui a flauta de Toninho Carrasqueira, o baixo de Ney Dias, o violão de Daniel Conti, o piano de Thais Nicodemo e André Mehmari (na instrumental 'Girando'), a viola caipira do mestre Ivan Vilela e a percussão de Kabé Pinheiro, entre outros afinados artesãos das notas, com a voz de Renato Braz num dueto em uma das melhores faixas, 'Dedal', dela e Zé Modesto.
O repertório equilibra bem a porção intérprete e a veia autoral. Das 10 músicas, cinco são dela, duas de autores da nova geração (Fred Martins e Elder Costa) e o restante obras inspiradas nem sempre lembradas pelas cantoras à procura de material. De Ivan Lins, vêm 'Canavial' e 'D. Benta'.
E de Gilberto Gil ela recupera 'Viramundo', das mais sertanejas da vasta obra do baiano: “Sou viramundo virado/ nas rondas da maravilha/ cortando a faca e facão/ os desatinos da vida”. A décima primeira é o poema “O carnaval e o vento”, de Jacira de Souza, espécie de abertura de portas para o Canavial, em que ela proclama/declama: “Tenho o dom de abrir portas e alçar mundos/ e ninguém pode sequer desconfiar”.
Como segue a linha de antigamente, em que música precisava ter melodia, letra, ritmo e harmonia, o disco valoriza letras bem construídas, com dois temas em que as palavras possuem força especial. No 'Poema velho', de Fred Martins e Manoel Gomes, a idade das coisas ganha valor diferenciado: “Velhos lagos nos invadem/ porque as nuvens são velhas/ mais velha é a cumplicidade/ porque o amor é tão velho/ é velho que nem a ira”.
E em 'Descontrolar', parceria dela com Zé Modesto, o discurso amoroso ganha ares sábios, entre fronteiras e “a tortidão sutil dos desviveres”: “Se nos ares insistires/ perfumares meus pomares/ esse meu coração/ tão cumpridor de convenções/ ligeiro vai caronar já já”. A poesia agradece e segue em frente, entre acordes e assovios.
texto: por Kiko Ferreira
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TERRA BRASILIS
Apresentado por Egberto Gismonti, que ressalta a brasilidade e a capacidade de atingir quem gosta daquilo que melhor nos representa, 'A árvore e o vento' é coprodução da cantora e do compositor e violonista Mário Gil e conta com um econômico e significativo grupo de músicos que inclui a flauta de Toninho Carrasqueira, o baixo de Ney Dias, o violão de Daniel Conti, o piano de Thais Nicodemo e André Mehmari (na instrumental 'Girando'), a viola caipira do mestre Ivan Vilela e a percussão de Kabé Pinheiro, entre outros afinados artesãos das notas, com a voz de Renato Braz num dueto em uma das melhores faixas, 'Dedal', dela e Zé Modesto.
O repertório equilibra bem a porção intérprete e a veia autoral. Das 10 músicas, cinco são dela, duas de autores da nova geração (Fred Martins e Elder Costa) e o restante obras inspiradas nem sempre lembradas pelas cantoras à procura de material. De Ivan Lins, vêm 'Canavial' e 'D. Benta'.
E de Gilberto Gil ela recupera 'Viramundo', das mais sertanejas da vasta obra do baiano: “Sou viramundo virado/ nas rondas da maravilha/ cortando a faca e facão/ os desatinos da vida”. A décima primeira é o poema “O carnaval e o vento”, de Jacira de Souza, espécie de abertura de portas para o Canavial, em que ela proclama/declama: “Tenho o dom de abrir portas e alçar mundos/ e ninguém pode sequer desconfiar”.
Como segue a linha de antigamente, em que música precisava ter melodia, letra, ritmo e harmonia, o disco valoriza letras bem construídas, com dois temas em que as palavras possuem força especial. No 'Poema velho', de Fred Martins e Manoel Gomes, a idade das coisas ganha valor diferenciado: “Velhos lagos nos invadem/ porque as nuvens são velhas/ mais velha é a cumplicidade/ porque o amor é tão velho/ é velho que nem a ira”.
E em 'Descontrolar', parceria dela com Zé Modesto, o discurso amoroso ganha ares sábios, entre fronteiras e “a tortidão sutil dos desviveres”: “Se nos ares insistires/ perfumares meus pomares/ esse meu coração/ tão cumpridor de convenções/ ligeiro vai caronar já já”. A poesia agradece e segue em frente, entre acordes e assovios.
texto: por Kiko Ferreira
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RENATA FINOTTI - TESOUROS
Nascida em 1984, na cidade São Paulo (SP),
desenvolveu seu gosto pelo canto no início da adolescência. Nesta mesma
época, se apresentou e participou de programas de Rádio e TV no Estado
de São Paulo tendo como referência um rico e refinado repertório de
música brasileira.
Apesar de envolvida e
motivada pelo universo artístico, a alternativa profissional foi
buscada através do ensino universitário em Enfermagem e Direito.
A mudança para Maceió (AL), no ano de 2013, lhe possibilitou retomar o antigo sonho: o de cantar.
Renata
Finotti é elogiada entre seus pares pelo seu timbre, afinação e
repertório. Desde 2015 tem produzido seus projetos musicais, participado
de festivais de música, culminando na gravação de seu primeiro compact disc (CD) “Tesouros”.
Renata Finotti apresenta em seu primeiro CD
dez composições que passeiam por diversos gêneros e épocas do
cancioneiro popular, como a modinha romântica “Lua Branca” de Chiquinha
Gonzaga, composta em 1912; e a censurada durante o regime militar,
“Pequeno Mapa do Tempo” de 1977, do renomado compositor Belchior. Uma
música de tradição oral hispano-americana — alma da querida Venezuela
com suas influências espanhola, negra e indígena –, “Pajarillo Verde”
ganha interpretação da cantora.
O CD
conta com a participação especial de Luiz Salgado (cantador e compositor
mineiro) na faixa “O Canto do Rouxinol”, composta na modalidade Décima,
de autoria dele com Rodrigo Ferrero. Ganham também registros as
composições “Zóio de Foia” da compositora paulista Bruna Moraes, e a
inédita “O Amor”, do amigo e compositor paulista Osvaldo Borgez. Dante
Ozzetti e Ceumar estão representados na voz da intérprete com “Ciranda”.
Há
no CD três músicas de compositores nordestinos, uma delas inédita,
“Tesouros” do pernambucano Rômulo Melo; “Ser-te-ei teu” dos alagoanos
Junior Almeida e Ricardo Cabús, e “Canção de Esperança” da paraibana
Flavia Wenceslau.
Produzido e arranjado
pelo músico Dinho Zampier, o disco apresenta sonoridade delicada e
regional, com arranjos concebidos de forma a valorizar a poesia e a
expressividade das canções e o timbre aveludado da cantora.
A
formação instrumental do disco, gravado em forma acústica, contou com
violões de 6 e 12 cordas; viola e guitarra (Alexandre Rodas); violão de 7
cordas (Wilbert Fialho); teclados (Dinho Zampier); contra-baixo
elétrico (Ykson Nascimento); bateria (Maglione Santos); percussão (China
Cunha), além de participações de um quarteto de cordas (Almir Medeiros,
Olívio Fernandes, Isabele Rocha e Abda Pinheiro); bandolim (Bruno
Palagani); acordeom (Janeo Amorim e Milla do Accordeon); flauta (Almir
Medeiros) e piano (Billy Magno). texto:https://www.maceio40graus.com.br
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